PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Que devemos fazer?
A liturgia do 3º
Domingo do Advento tem uma nota grandiosa de alegria que ultrapassa o puro
sentimento para chegar à alegria do coração que se une à alegria de Deus. A
liturgia reveste-se de cores alegres para traduzir a alegria em ver os
primeiros raios do sol do nascimento de Cristo. A presença de João Batista no
meio do povo foi um estímulo a esta alegria nascida da esperança e da certeza
da ação de Deus. O Evangelho diz que o povo estava na expectativa, e todos
perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. É a certeza que sentiam
que Deus cumpria suas promessas. João dá orientações ao povo. Cada um tem um
jeito de servir melhor a Deus. O povo tem consciência de que, para acolher o
Messias, é necessário ter um coração novo e atitudes novas. Quem crê, pergunta
pelo caminho a seguir. O povo, os donos do dinheiro e as autoridades pedem
orientações: Que devemos fazer? Vemos que João dialogava vivamente com as
pessoas. Falava ao coração. João diz que devem ser fraternos e saber partilhar.
Aos cobradores que recebiam o imposto devido ao imperador romano, diz que não
explorassem o povo; aos soldados ensina que não sejam corruptos oprimindo o
povo pela violência nem acusando falsamente as pessoas. A pregação autêntica
leva à conversão. A vinda de Jesus continua este modo de compreender as realidades.
Vejamos como a pregação de João é atual pelo acúmulo de bens, pela exploração
do povo nos impostos e outros meios eivados de corrupção, e a violência sobre
os pobres. Em Jesus acontece nossa salvação. João nega ser o Messias. Este
batizará com o Espírito Santo e o fogo. Batiza no Espírito para restaurar, para
a nova criação, os homens que tinham perdido este Espírito (Gn 6,3). Batizará com
fogo divino que purifica. Assim, em Pentecostes, os discípulos serão batizados
para sempre. O Espírito veio em forma de chamas de fogo.
Alegrias da Salvação
“Não
temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor Deus está no meio de
ti, o valente guerreiro que te salva; Ele exultará de alegria por ti, movido
por amor” (Sf 3,16-17).
O povo experimenta a alegria que vem do perdão recebido. Não só perdoa, mas
vive no meio do povo. Não há mais o que temer (Sf 3,15). Por isso cantamos com Isaías: “Exultai
cantando alegres habitantes de Sião, porque é grande em teu meio o Deus santo
de Israel”, reza o refrão do cântico de Isaias (Is 12,2-6). É esta a alegria que recebemos
nesta liturgia: A salvação está próxima. O Advento, mesmo trazendo a apreensão
pela vinda de Cristo no fim dos tempos, traz a alegria de sua presença no meio
de nós, no mistério que celebramos na Manifestação do Senhor. A fé no Salvador
nos traz a Salvação.
Beber das fontes da
salvação
Para viver bem, é
urgente beber com alegria das fontes da salvação. Nossa alegria de encontrar o
Salvador é sermos acolhidos por Deus. Não se inquietar nem ter medo, pois temos
a quem apresentar nossas necessidades. É um convite a resolver os temores na
oração. A melhor oração é a própria celebração: As maravilhas da salvação acontecem
em nós quando celebramos a Eucaristia: “Ao celebrar os sacramentos realizem-se
em nós as maravilhas da salvação” (Oferendas). João nos convida à purificação para celebrar a
salvação presente: “Os sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem
para as festas que se aproximam” (Pós-Comunhão). João iria pedir de nós hoje? Que mudança fazer?
Nenhum comentário:
Postar um comentário