“Servo bom e fiel”
Ser
vigilante é produzir
Continuamos a reflexão
sobre a vigilância. Jesus explica o Reino através de parábolas. Temos hoje a parábola dos talentos (talento
era uma moeda que equivalia a 40 quilos de ouro). Lemos que um senhor, saindo
para uma longa viagem, confiou a três de seus funcionários altas somas de
dinheiro/talentos para negociarem: a um deu dez moedas/talentos, cinco moedas a
outro e ao último, uma moeda/talento. Não era pouco. Nós usamos talentos para
indicar dons pessoais, mas a parábola fala de uma moeda. Ao voltar, os
funcionários que receberam dez e cinco prestam contas dizendo que lucraram o
dobro. O que ganhou um talento, preguiçosamente não quis negociar. A resposta é
dura, sendo ele condenado à exclusão. Seu talento vai ao que lucrara cinco.
Quem assume o Reino, terá ainda mais participação. O Reino não é um lugar
bonito com belas paisagens. É uma luta para que possa ser sempre mais vivido e
frutifique sempre mais para Deus e para o mundo. Vai governar dez cidades. Os
frutos do Reino não são intimistas no pietismo vazio. É a implantação de um
mundo novo e de criaturas renovadas. Deus nos dá talentos em abundância e de
todos os tipos. O que se pede de nós não é material, mas multiplicar a vida e
os dons que Deus nos deu. Lembremos que O Reino de Deus não deve ser
considerado numa concorrência como lucros financeiros, mas de vida. A
vigilância é produzir frutos. A vontade de meu Pai é que produzais fruto e o
vosso fruto permaneça (Jo
15,16). A reflexão sobre o Reino priorizou muito o lado espiritual. Precisamos
conhecer nossos dons e responsabilidades dadas por Deus e levar adiante os dons.
Vida
a serviço
Com a leitura do livro dos Provérbios sobre a mãe de família,
compreendemos que a vigilância se faz na atitude coerente de assumir a própria
vida e missão como lugar onde agradamos a Deus e esperamos sua vinda. E na
família que encontramos o primeiro lugar de desenvolver nossos dons, exercendo
assim a vigilância. O Reino de Deus é dos pequenos e só os pequenos o tomam de
assalto. Essa é a violência de que Jesus
fala: “O Reino dos Céus sofre violência dos que querem entrar, e violentos se
apoderam dele” (Mt
11.12). A força dos fracos que se colocam a serviço é maior que a
violência dos fortes. É o que vemos na descrição da mulher forte. Lembramos
nossas mães. É a videira fecunda de que nos fala o salmo: “Tua esposa é como
uma videira fecunda no coração de tua casa” (127). Em nenhum momento se refere a cansaço,
irritação, mas atividade permanente sem agitação. Representa os que colocam em
ação os talentos humanos e espirituais que Deus lhes deu; têm mil olhos e sabem
penetrar em todos os ambientes. O Reino não cresce como uma entidade. É algo
que vive por si e acontece nas pessoas que assumem seus talentos .
Vigilantes
e sóbrios
Os
vigilantes não estão nas trevas de modo que o dia os surpreenda como um ladrão.
São filhos do dia... Não durmamos, mas sejamos vigilantes e sóbrios (1Ts 5,5-6).
Sobriedade convida a viver bem em todas as coisas e assumir tudo o que é bom
com equilíbrio. Na perspectiva da vinda do Reino, nós apressamos na medida em
que vivemos sua dinâmica. Não interessa tanto um Reino que venha no fim dos
tempos, mas um Reino que se torna presente em cada um que o espera. Bem já
dissera Jesus: “o Reino de Deus está entre vós” (Lc 11,21). A vida não é um ponto de ônibus
onde se fica perdendo por esperar. Mas é uma empreita de ações que são fruto
dos talentos que recebemos.
Leituras: Provérbios
31,10-13.19-20.30-31;Salmo 127; 1 Tessalonicenses 5,1-6;Mateus 25,14-30
1. A
parábola dos talentos ensina que devemos fazer render o que Deus nos deu.
2. A
vigilância se faz na atitude coerente de assumir a própria vida e missão
3. Ser
vigilante é agir pelo Reino.
Lerdeza não dá fruto
A reflexão sobre a vigilância continua na parábola dos talentos.
Talento em primeiro lugar é um dinheiro. Um talento corresponde a 40 quilos de
ouro. O senhor ia viajar longe e passou a administração de seus bens a seus
funcionários de confiança para negociarem. Ao voltar e acertar as contas
recompensou os dois primeiros. E o que recebeu só um talento, guardou escondido
e devolveu, levou a pior.
A primeira leitura apresenta a figura da mulher forte que administra
bem sua vida como um todo, serviço doméstico e a caridade. O talento é a vida
que ela põe em ação. Nossos “talentos” pessoais são o ouro que Deus nos confiou
para produzir.
Para fazer produzir bem as riquezas que Deus pôs em nossa vida,
seguimos o salmo: “Feliz és tu que temes o Senhor e trilhas seus caminhos!” (Sl 127). São Paulo
convida a sermos vigilantes e sóbrios. Vivendo bem, quem mal tem?
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