Evangelho segundo S. Lucas 12,35-38.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas
acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para
lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o
senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e
mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à
meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos
ascéticos
A oração que se faz durante a noite tem um
grande poder, mais do que a que se faz durante o dia. Foi por isso que todos os
santos tiveram o hábito de rezar de noite, combatendo a moleza do corpo e a
suavidade do sono, e ultrapassando a sua própria natureza corporal. Também o
profeta dizia: «Estou cansado de tanto gemer; todas as noites banho o leito com
as minhas lágrimas» (Sl 6,7), enquanto suspirava no fundo de si mesmo, numa
oração apaixonada. E noutro passo: «Levanto-me a meio da noite para Te louvar
por causa das tuas sentenças, Tu que és o Justo» (Sl 118,62). Sempre que queriam
dirigir a Deus algum pedido, os santos recorriam à oração noturna e
imediatamente recebiam o que pediam.
O próprio Satanás receia
intensamente a oração que se faz durante as vigílias: mesmo que seja acompanhada
de distrações, esta oração não fica sem fruto, a menos que se peça o que não
convém. É por isso que ele trava sérios combates contra os que velam, a fim de
os afastar dessa prática, sobretudo se se mostram perseverantes. Mas os que se
fortaleceram um pouco que seja contra as suas manhas perniciosas, saborearam os
dons que Deus concede durante as vigílias e experimentaram pessoalmente a
grandeza da ajuda que Deus lhes dá desprezam-no completamente, a ele e a todos
os seus estratagemas.
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