Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.
Naquele
tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos
discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os
seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai,
santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o
pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós
perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
Homilia do século V sobre a oração
PG 64, 461
O bem supremo é a oração, a conversa
familiar com Deus. Ela é relação com Deus e união com Ele. Tal como os olhos do
corpo são iluminados à vista da luz, assim a alma voltada para Deus é iluminada
com a sua luz inefável. A oração não resulta de uma atitude exterior, mas vem do
coração. Não se limita a horas ou a momentos determinados, mas está em contínua
atividade, de noite como de dia. Não nos contentemos com orientar o nosso
pensamento para Deus quando estamos em oração; mas quando outras ocupações –
como o cuidado dos pobres ou qualquer outra ocupação boa e útil – nos absorvem,
é importante associar-lhes o desejo e a lembrança de Deus, a fim de oferecer ao
Senhor do universo um alimento doce, temperado com o sal do amor de Deus.
Podemos daí retirar grande vantagem, ao longo de toda a nossa vida, se a isso
consagrarmos uma parte do nosso tempo.
A oração é a luz da alma, o
verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Por ela, a
alma eleva-se ao céu e abraça o Senhor com um aperto inexprimível. Como um
lactente a sua mãe, a alma grita a Deus chorando, ávida do leite divino;
exprimindo assim os seus desejos profundos, recebe dons que ultrapassam tudo o
que se pode ver na natureza. A oração, pela qual nos apresentamos
respeitosamente perante Deus, é a alegria do coração e o repouso da alma.
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