Os
filhos de Israel libertados do Egito foram protegidos, alimentados e saciados
em sua sede por Deus na caminhada pelo deserto. Nos momentos difíceis do
sofrimento revoltavam-se contra Moisés por tê-los libertado. Estavam
acostumados com o deus Faraó, que lhes dava pão e carne, mas os oprimia. Tinham
saudades e vontade de voltar a serem escravos. Diziam: “Quem dera que
tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às
panelas de carne e comíamos pão com fartura?” (Ex 16,3).Não eram capazes de compreender um
Deus que os libertou e os conduzia. Deus disse: “Sabereis que eu sou o Senhor
vosso Deus” (12).
Era melhor ser escravo do que aprender a conhecer um Deus diferente do Faraó. A
mudança exige renovação da mente. Ser livre é um desafio. Em sua fome Moisés
deu-lhes um pão vindo do Céu. O povo que Jesus saciou com o pão multiplicado
pelo milagre, ficou saciado e feliz. Mas não entendeu Jesus. Continuou preso ao
alimento corporal e não foi capaz de compreender que o alimento espiritual era
mais forte. Eles buscavam Jesus, não pelo que Ele é, mas pelo que poderia dar. O
Egito escravizador agora, em nosso tempo, é a procura da saciedade do pão.
Jesus quer mostrar outro caminho. Vemos como as religiões passam por esse risco
em buscar o milagre e não o Senhor que faz os milagres. Jesus disse: “Buscai o
Reino de Deus e sua justiça e tudo vai ser dado por acréscimo” (Mt 5,33). Na
sociedade atual, o egoísmo nos faz escravos da vaidade e da ganância. Deus nos
dá o sinal: Jesus se oferece como alimento que dá mais do que buscamos na
escravidão. Ele sacia a fome com o Pão do Céu.
Liberdade da fé
Um vício escraviza e se torna difícil se libertar
dele. Uma virtude liberta, e não oprime. Jesus não oprime. A proposta de Jesus
é que não se esforcem por buscar o alimento que se perde, mas aquele que dá em
alimento. O povo pediu um sinal para provar que Ele foi enviado por Deus. Jesus
responde: Moisés deu pão do céu e morreram. É o Pai quem dá o verdadeiro
pão. O pão de Deus é aquele que desce do
céu e dá vida ao mundo (Jo
6,24-35). Ao buscarmos Jesus Cristo, seremos homens e mulheres novos
satisfazendo grandemente todas as nossas necessidades. Viveremos a vida
reconciliada que nos colocará a serviço para continuar a missão de multiplicar
o pão, pois temos o selo que o Pai pôs em Jesus (Jo 6,27), o Espírito Santo. Saciados por
Ele, aprendemos a saciar com o Pão do Céu e o pão da terra.
Procurando Jesus
O povo procurou Jesus e O
encontrou, mas não o reconheceu como o enviado de Deus. Pedro dá testemunho de
aceitação: A quem iremos? Só tu tens palavras de Vida eterna e nós... Em sua
fome foram a Moisés e ele lhes deu o pão vindo do céu. Não foi Moisés quem deu
o Pão, mas é o Pai que dá o verdadeiro pão (32). Jesus se revela como enviado do Pai (Jo 6,29). O discurso
sobre o Pão da Vida quer nos levar a acolher Aquele se põe também como a Água
Viva. Nossa resposta será o acolhimento de Jesus como o Pão vindo do Céu para
saciar a fome e a sede: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais
fome e quem crê em mim, nunca mais terá sede” (36). Paulo nos convida a “não continuar
vivendo como pagãos... despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o
efeito de paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa
mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em justiça e
santidade” (Ef.4,17).
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