Evangelho segundo S. Lucas 5,1-11.
Naquele
tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de
Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos
estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar
as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se
afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a
multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai
as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda
a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles
assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam
a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para
os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se
afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e
disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade,
o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da
pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que
eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante
serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles
deixaram tudo e seguiram Jesus.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo António de Lisboa (c.
1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para o Domingo e as festas
dos santos
«Já que o dizes, lançarei as redes.» É por
indicação da graça celeste, por inspiração sobrenatural, que se deve lançar a
rede da pregação. Senão, é em vão que o pregador lança as linhas das suas
palavras. A fé dos povos não se obtém através de discursos sabiamente compostos,
mas pela graça da vocação divina. [...] Ó frutuosa humildade! Quando aqueles que
até aí não tinham pescado nada confiam na palavra de Cristo, apanham uma
multidão de peixes. [...]
«Já que o dizes, lançarei as redes.» Cada vez
que por mim próprio as lancei, quis guardar o que me pertencia. Fui eu que
pesquei e não Tu, foram as minhas palavras e não as tuas. Por isso não pesquei
nada. Ou, se pesquei qualquer coisa, não foi peixe, mas rãs, prontas a espalhar
lisonjas sobre mim. [...]
«Já que o dizes, lançarei as redes.» Lançar a
linha por ordem de Jesus é atribuir-Lhe tudo e não guardar nada para si mesmo: é
viver em conformidade com o que se pesca. Nessa altura, apanhamos uma grande
quantidade de peixes.
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