Evangelho segundo S. Lucas 8,1-3.
Naquele
tempo, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa
nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres
que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria,
chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa,
administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os
discípulos com os seus bens.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
«Mulieris dignitatem», § 27
Na história da Igreja, desde os primeiros
tempos, existiram — ao lado dos homens — numerosas mulheres, para as quais a
resposta da Esposa ao amor redentor do Esposo adquiriu plena força expressiva.
Vemos primeiro aquelas mulheres que tinham conhecido pessoalmente a Cristo, O
tinham seguido e, depois da sua partida, juntamente com os apóstolos, «eram
assíduas na oração» no cenáculo de Jerusalém até ao dia do Pentecostes. Naquele
dia, o Espírito Santo falou por meio dos «filhos e filhas» do Povo de Deus [...]
(cf At 2,17). Aquelas mulheres, e a seguir muitas outras, tiveram parte ativa e
importante na vida da Igreja primitiva, na edificação, desde os seus
fundamentos, da primeira comunidade cristã — e das comunidades que se seguiram
—, mediante os seus carismas e o seu multiforme serviço. [...] O apóstolo fala
das suas «fadigas» por Cristo, e estas indicam os vários campos de serviço
apostólico da Igreja, a começar pela «Igreja doméstica». Nesta, de facto, a «fé
sincera» passa da mãe para os filhos e os netos, como se verificou em casa de
Timóteo (cf 2Tim 1,5).
O mesmo se repete no decorrer dos séculos, de
geração em geração, como demonstra a história da Igreja. A Igreja, com efeito,
defendendo a dignidade da mulher e a sua vocação, expressou honra e gratidão por
aquelas que — fiéis ao Evangelho — em todo o tempo participaram na missão
apostólica do Povo de Deus. Trata-se de santas mártires, de virgens, de mães de
família, que corajosamente deram testemunho da sua fé e, educando os próprios
filhos no espírito do Evangelho, transmitiram a mesma fé e a tradição da Igreja.
[...] Mesmo diante de graves discriminações sociais, as mulheres santas agiram
de «modo livre», fortalecidas pela sua união com Cristo. [...]
Também
nos nossos dias a Igreja não cessa de se enriquecer com o testemunho das
numerosas mulheres que realizam a sua vocação à santidade. As mulheres santas
são uma personificação do ideal feminino, mas são também um modelo para todos os
cristãos, um modelo de «sequela Christi», um exemplo do amor com que a Esposa
deve responder ao amor do Esposo.
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