sexta-feira, 7 de julho de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Pescadores de homens”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Convertei-vos
“Depois que João foi preso, Jesus voltou para a Galiléia”. Foi batizado por João, apresentado ao povo pelo próprio Pai e agora inicia sua missão. A prisão de João, além de um acontecimento, tem o sentido dizer que agora é outro que anuncia a conversão. João encerrou sua missão. Jesus vai para a Galiléia, cheio do Espírito, para cumprir o desígnio do Pai. Inicia sua missão e chama os colaboradores. Estes colaboradores se engajam a partir de um projeto anunciado: Conversão para acolhimento do Reino de Deus que está próximo. Proclama que o tempo já se completou (Mc 1,15). Não temos mais o que esperar. Jesus, quando João está na prisão, responde a seus enviados que Ele cumpre as profecias e suas obras O testemunham (Mt 11,4). Sua obra se inaugura através da pregação sobre a proximidade do Reino e da necessidade da conversão para que ele aconteça. A conversão é uma exigência fundamental porque o Reino é de Deus e não deste mundo (Jo 18,36). A conversão é uma mudança de rumo para caminhar como Jesus que cumpriu a vontade do Pai. O convite do Reino é dirigido a todos, como podemos ler no Livro de Jonas na primeira leitura. Jonas fugia de Deus porque não queria que Ele salvasse os pagãos que se convertessem. Jonas mostra o fechamento do povo judeu. Deus mostra que todo aquele que busca a conversão será salvo: “Vendo Deus que suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-Se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes e não o fez” (Jn 3,10). A conversão acontece, mas precisa ser pedida e assumida. Pedimos a Deus que nos mostre seus caminhos, que sua verdade nos oriente e nos conduza. Deus responde à nossa conversão com bondade, ternura e misericórdia. A pregação deve sempre conduzir à conversão e não só para manutenção. 
Passou, olhou e chamou 
 Para a missão de anunciar o Reino, Jesus convoca os primeiros discípulos. O local e a profissão que exercem se tornam simbólicos para explicar sua nova missão: pescadores, barca, lago, redes. Assim os operários evangélicos, lançam as redes da Palavra, no mundo. Segue o mesmo esquema: Passou, viu, e chamou. Escolhe gente simples, trabalhadores, pois o Reino é aberto ao que tem o coração aberto, aqueles que buscam a esperança. Jesus escolhe quem vive aquela situação para se comprometerem melhor. Era o mundo de Jesus. É curiosa a frase de Jesus sobre a missão: “Seguí-me e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17). É a mesma profissão numa dimensão diferente. O mundo a ser convertido é um mundo real, de pessoas concretas. A resposta é imediata. 
Serenidade como vida 
Ouvir a Palavra e crer tem suas conseqüências na vida cotidiana. Paulo apresenta diversas situações; a vida matrimonial, as dores, as alegrias, a vida na sociedade e a vida no mundo. Tudo deve ser moderado pela fé na Palavra. Deus não bloqueia nossas possibilidades e realidades pessoais, mas nos mostra que devem ser vividas a partir da conversão ao Evangelho. A conversão não é só deixar o que se faz, mas também dar nova direção ao que se vive. Viver a vida cristã é também anunciar a Palavra de Deus. Quem crê, deve anunciar com mais clareza. A missão de Jesus não foi confiada aos outros, mas a mim pessoalmente. Nós continuamos a missão de Jesus, na força do Espírito. Jesus nos ensina a pedir mais operários e nos comprometer com a pastoral vocacional. Cada liturgia convoca à missão. O Corpo de Cristo e sua Palavra nos estimulam. 

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