De
onde surge a tendência humana de ser o primeiro, o mais inteligente, o mais
rico, o mais bonito, o melhor atleta, o mais sábio, o mais santo? Vemos os
campeonatos, as olimpíadas, corridas, os concursos de beleza etc... Em todo
campo há a procura de ser o melhor. Não nego nada desse aspecto de estímulo ao
esporte, ao estudo, à perfeição e à beleza. Tudo requer muito esforço.
Incomoda-me não o esforço, mas o desconhecimento dos fracos e dos frágeis que
não têm condições de fazer esse caminho. Não se justifica a indolência, a
moleza e a preguiça. Parece ser tendência humana de querer ser mais que os
outros, de ser o maior, o melhor, o mais poderoso. São as tentações
fundamentais do ser humano. Mas, a medida da grandeza de uma pessoa é ser ela
humana. Os parâmetros e as regras são
criações nossas. O ponto de partida deve sempre ser o fato de ser humano nas
condições em que se vive. O que não é grande é o mal que fazemos, o amor que
deixamos de dar. O desenho de uma criança, o sorriso de um idoso e o carinho
que fazemos nos torna sempre grandes. Cada um tem valores imensos. Não medimos
resultados, mas o ser humano, o homem e a mulher. As culturas são tão diversas!
Isso nos leva a não dar critérios de grandeza a outros. O que conseguimos
valorizando um, é desqualificar todos. Estamos em uma cultura da discriminação
dos fracos. O que realiza grandes obras é reconhecido. Mas não o fez sozinho.
Valorizamos o grande general, que na verdade não foi à guerra. Quem foi, foi o
soldado. Um depende do outro. Sem o alicerce não teríamos grandes construções. Eles
são os heróis que ficam sempre ocultos.
O valor
está no coração
Parece
que Jesus dá um critério de grandeza muito claro em seu Reino: “Houve uma
discussão entre eles: Qual seria o maior. Jesus lhes disse... “o maior entre
vós torne-se como o mais jovem, e o que governa como aquele que serve”... e dá
o exemplo: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,24-27). O
grande é aquele que é capaz de sair de si, pois é grande o bastante para poder
servir os outros, sem se perder. Supera a grandeza que tem se por a serviço.
Supera a situação doentia do poder e da grandeza. Com o poder imaturo as outras
tendências ruins tomam mais força a ponto de não se ter consciência do grotesco
da situação. A maturidade humano-espiritual pode ajudar na solução de nossos
problemas pessoais e da “nação”, sobretudo daquele que está ao nosso lado.
Vendo esse aspecto de querer ser o primeiro, o grande, o melhor, não precisam
ser eliminados, mas que se ponham a serviço. Sabemos que há grandes astros que
procuram ter uma vertente social bem acentuada na sociedade. Por outro lado é
preciso ter o valor do serviço no coração para poder ser maior, servindo. As Igrejas
padecem desse mal. Essa procura de poder, de glória e de bens é uma doença
triste.
Valorizar
os pequenos gestos
Fazer o bem não dá IBOPE.
Uma coisa é certa: é mais fácil esconder o mal do que o bem que fazemos,
justamente pela grandeza do bem, sejam quais forem os gestos. Na educação da
comunidade é muito útil dar valor aos pequenos gestos, sobretudo das crianças.
Igualmente é necessário desmontar lideranças que fazem tantas coisas boas, mas
não o fazem como serviço. O altar não é lugar para desfilar. A promoção dos
pequenos encargos, do reconhecimento dos pequenos gestos favorece a integração
e dá condições de descobrirem o dom de servir. Há ministérios que dão
visibilidade. Mas há aqueles que são ocultos na humildade e na sabedoria.
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