O Advento traz a
perspectiva da vinda de Cristo. Deus vem ao nosso encontro. Vamos a seu
encontro não no pavor de um castigo, mas no desejo de possuir o Reino como o
encontro de amigos que se querem bem e se entendem. O juiz glorioso virá para
premiar. Sempre nos presenteou. O nascimento de seu Filho é a grande manifestação
do amor, pois “Deus amou tanto o mundo a ponto de entregar seu Filho” (Jo 4,16). “Ele nos enriqueceu com tudo... Assim não tendes
falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus
Cristo” (1Cor 1,5.7). Nele
somos ricos e, por isso, clamamos em nossa miséria pedindo que Se volte para
nós. Temos ouvido sempre que Deus nos chama à conversão para estar com Ele e
viver sua Palavra. No salmo 79, tendo conhecimento das imensas riquezas que
Deus nos oferece, reconhecemos nossas fragilidades. Delas só podemos sair com a
ajuda Deus. Por isso rezamos: “Voltai-vos para nós, Deus do Universo! Olhai dos
altos céus e observai. Visita a vossa vinha e protegei-a!... E nunca mais vos
deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!” (Sl 79). Deus nos chama à conversão para sermos como Ele
nos formou. Nós também chamamos Deus à conversão, isto é, para que se volte
para nós, entre em nossos caminhos e nos reconduza ao caminho da salvação. “É
nos caminhos de outrora que seremos salvos” (Is 64,4). O profeta reconhece: “Como nos deixastes andar
longe dos teus caminhos e endurecestes nossos corações para não termos o teu
temor? Por amor de teus servos, das tribos de tua herança, volta atrás” (Is 61,
17). Deus é maravilhoso! “Nunca se
ouviu dizer... que um Deus tenha feito tanto pelos que Nele esperam” (Is 64,3). O reconhecimento de Deus nos lembra que fomos
feitos por Ele: “Tu és nosso Pai, nós somos barro; tu nosso oleiro, e os todos,
obra de tuas mãos” (Is 64,7). Há em
nós um permanente desejo do Reino de Deus. Advento nos fortalece nessa busca.
Vigiai
Todo dia é dia de Deus. Ele está sempre vindo. Deus
não se cansa de se doar a nós. Se Deus, como o patrão viaja para longe, não é
para pôr-nos à prova, mas para manifestar Sua confiança em nossa administração.
Temos desilusão quando vemos nossa fraqueza: “Todos nós nos tornamos imundície,
e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos como folhas e
nossas maldades empurram-nos como o vento” (Is 64,5). Mas nossos pecados não fecham o caminho de Deus. A
vigilância a que Deus nos convida é a capacidade de viver sempre o tempo de
Deus, acolhendo-O como Redentor. O Juiz não virá no fim dos tempos, mas está
sempre vindo. Estar adormecido é estar cego diante da bondade de Deus. Deste
modo não o encontraremos.
Perseverança
O ponto de partida de nossa vigilância é nossa frágil
condição que necessita da vinda de Deus. É na perseverança que possuireis
vossas almas (Lc 21,19). A
perseverança acontece quando praticamos as obras da fé. Rezamos na oração da
missa: “Concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o Reino celeste,
para que, acorrendo com nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem” (Oração). A celebração da comunidade está sempre a nos
alertar para esta vinda: “Vinde, Senhor, Jesus! Ela nos alerta a ser
irrepreensíveis. A perseverança é vivida na comunidade. Quanto mais unidos, mais
o Senhor se manifesta. A Eucaristia sustenta nosso desejo de amar e desejar o
que é dos Céus.
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