“Na
festa da Assunção, a Igreja faz memória específica da total assimilação da Mãe
de Deus a seu Filho, a partir da Ressurreição e Glorificação do Filho, na
glorificação da pessoa – a alma e corpo – daquela que por primeira, esperança
nossa, foi assumida depois de seu Filho na Glória divina” (T.Frederici). Cristo
tomou a carne humana do seio de Maria e esteve, assim, unido intimamente a Ela.
Com razão é chamada Mãe de Deus, pois Ele é Deus. Maria, por ter unido a si o
Filho, esteve intimamente unida a Ele desde o primeiro instante de Sua
Encarnação. Toda a vida de Maria está unida a Cristo pela assimilação total da
Mãe de Deus a Seu Filho. Esta assimilação se dá também em sua Ressurreição e Glorificação.
Por isso é glorificada. O fundamento da Assunção de Maria está nos méritos de
Cristo em cuja previsão foi Imaculada e por cuja Glorificação foi levada ao Céu
de Corpo e Alma. O sentido da festa da Assunção está ligado à Ressurreição de
Cristo. Vencendo a morte, a Assunção de Maria dá-nos a certeza que Cristo
venceu a morte não só para si mas para todos os homens. A Ressurreição de
Cristo é garantia para a nossa ressurreição. A Assunção dá a certeza desta
ressurreição, pois uma de nós, já a conquistou.
Eis a
serva do Senhor
Maria,
ao tomar conhecimento das grandezas que Deus lhe concedeu, reconhece o Criador
e sua pequenez diante Dele. Ela não é humilhada pela grandeza de Deus, mas o
reconhece como todo poderoso e misericordioso para com todos. A bondade
misericordiosa que teve para com ela é em favor de todos. Jesus diz: “Sede
misericordiosos, como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,36). Somos
chamados a tomar conhecimento das grandezas que a graça de Cristo operou em nós. Somos chamados a
dizer: ‘Minha alma glorifica o Senhor porque olhou para nossa humildade e nos
colocou a serviço do Reino’. Podemos, com Maria, reverter o quadro do
sofrimento do povo passando de uma religião intimista e individualista para uma
fé transformante das estruturas do mundo pervertido pelo mal. É este mesmo mal que
quebrou a mulher-Eva no Paraíso e é quebrado ao meio pela Mulher -Maria que não
mordeu o fruto do pecado mas sim colheu o fruto da árvore da Vida, Jesus. Na Glória,
Maria continua a Serva do Senhor em favor de todo o povo, como suplica em Caná:
“Eles não em mais vinho!”. Continua atenta à perseguição que fazem aos filhos
que, na realidade, é a seu Filho. Ela, perseguida pelo dragão, é símbolo da
Igreja perseguida no mundo de hoje por tantos dragões. Mas estes verão o seu
fim. O mal será enfim vencido.
Participando
de sua glória
No
salmo temos a figura da rainha que é levada ao rei acompanhada das amigas.
Estas representam a comunidade que está com ela. O Rei se encantou com sua
beleza (Sl 44,12).
Participar da glória de Maria é ser irmão de seus filhos. Quem retira Maria da
vida da Igreja, retira-se dos irmãos, como podemos contemplar no panorama de
tantos que ferem o coração do povo acolhedor brasileiro que não foi feito para
a malquerença. Implantada a morte do pecado, nós a vencemos com Cristo, como
Maria venceu. A festa da Assunção de Maria é a festa da Igreja que nela se vê
vitoriosa, como rezamos: “Aurora e esplendor a Igreja triunfante, ela é consolo
e esperança para o povo ainda em caminho” (Prefácio). Em cada celebração rezamos com a
gloriosa a Mãe de Deus e nossa Mãe. Ela continua dando Jesus.
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