Jesus
usa muitas comparações ao anunciar o Reino de Deus. Cada uma apresenta um
aspecto. O texto que ouvimos ensina que o Reino dos Céus é como um tesouro
encontrado ou uma pedra preciosa ou como uma rede onde se escolhem os peixes
melhores. Por ele se deve investir tudo para ficar com o melhor. Por ele vale a
pessoa vender tudo o que se possui, para ter o que vale mais que tudo o que
temos. Em nosso coração sempre existe o desejo de achar um tesouro. O tesouro
do Reino, quando descoberto, torna-se uma busca pela qual valem todas as
aventuras. Paulo escreve: “Tudo perdi e tudo considero como esterco para ganhar
a Cristo e ser achado Nele” (Fl 3,7-8). Salomão pede a sabedoria a Deus que lhe oferece
todas as riquezas. Com ela tem todas as outras riquezas. É como disse Jesus:
“Buscai o Reino de Deus e tudo mais vos será dado como acréscimo” (Mt 6,33). Ficamos com
as pequenas satisfações que nos fazem perder a satisfação total. As pessoas que
fizeram tanto pelo Reino de Deus e também pelo bem da humanidade, fizeram-no porque
descobriram o tesouro que vale mais que a vida. Os que não o escolhem, são como
os da parábola anterior, são como os peixes separados e serão jogados fora. A
escolha que fazemos põe nas mãos de Deus o nosso futuro. Se não o queremos,
Deus respeita e sempre oferece sua graça
redentora. Quem escolheu o Reino torna-se “apóstolo” – enviado por Deus para
anunciar suas riquezas. O maior testemunho é a alegria de tê-lo encontrado e
ter dado a vida por ele. O salmo nos leva a rezar dizendo que os mandamentos de
Deus valem mais que milhões em ouro e prata. Eles são a melhor herança (Sl 118). A
preciosidade do Reino é a presença do Espírito. Ele constitui a Riqueza – Dom
dado por Deus. A Sabedoria de Deus é o Espírito Santo que nós é dado em abundância
com seus infinitos dons e não somente os sete dons mencionados.
Coisas
antigas e novas
Jesus
afirma que aqueles que conheciam bem o Antigo Testamento e aceitaram o tesouro
do Reino, saberão usar o Antigo naquilo que indica e esclarece o valor do
tesouro do Reino. Vêem em Jesus a realização das promessas. No tesouro há
sempre coisas novas. Aqui entra a questão do crescimento da revelação. A
revelação não tem nada mais a nos mostrar. Mas temos muito que aprender, aprofundar e beber desta fonte sempre nova.
Há sempre novas conquistas que Reino nos propõe. Não podemos nos fixar em
tempos históricos da Igreja, mas viver o dinamismo do Reino. O Reino é como uma
árvore: tem o cerne que não muda. Mas se não existem galhos novos, a árvore não
cresce, morre.
Ser à
imagem do Filho
Quem
acolhe o Reino é imagem do Filho bendito de Deus. É um ícone, isto é, uma
presença da verdade. O encontro do tesouro não é só um enriquecimento pessoal
de dons espirituais, mas o dom maior que vai além da filiação Divina, nos faz
imagem do Filho, como o Filho é imagem do Pai (Cl 1,15) e sua Manifestação. A vida cristã
não é fazer coisas espirituais. Mas ser uma nova criatura diante de Deus. Somos
assimilados ao Filho, para sermos perfeitos filhos de Deus (Fl 3,21), na
divinização. Na Missa celebramos a presença do Reino atuante entre nós. Em cada
Eucaristia somos questionados sobre nossa vida no Reino. Missa não é uma
obrigação, mas um prazer que Deus nos dá de vivê-lo.
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