A origem da festa do Corpo e Sangue de
Cristo remonta ao século XIII. A Igreja sentiu necessidade de
realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado.As pessoas
começaram a duvidar que Cristo estivesse todo na Hóstia. A Festa foi instituída
pelo Papa Urbano IV
em 11 de agosto de 1264. A religiosa
agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, dizia que era
necessário uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. A Eucaristia não é um
santo a mais, mas é um mistério de nossa fé. Não é separada da obra de nossa
salvação operada por Cristo e é celebrada no Tríduo Pascal. Celebramos sua
Presença nos símbolos Eucarísticos do Pão e do Vinho. A Hóstia e o Vinho
consagrados são o Corpo e Sangue de Cristo. Mas cada elemento, pão e vinho, é o
Senhor Jesus todo inteiro. Ligados à festa da Páscoa, enriquecemos a devoção
eucarística com a dimensão mais ampla aprendida nas Sagradas Escrituras com as
muitas passagens em que vemos a profecia deste mistério. O dom do maná no
deserto nos ensina qual pão que Deus providencia para nosso alimento.. Nossa
parte, cabe-nos buscar o Pão da Palavra de Deus que nos sustenta. Jesus diz que
Ele é esse pão que sustenta e dá vida eterna porque Ele é a Palavra. O povo no
deserto não morreu de fome porque Deus o alimentou. Jesus nos dá sua Carne e
seu Sangue como alimento para nossa fome de Deus. Trata-se de uma presença real
e não é um símbolo vazio. O alimento é presença de Cristo. Paulo VI fala das
muitas presenças de Cristo, salientando que esta é real por excelência, porque
substancial (Mysterium
Eucharisticum - 15). Por isso
fazemos festa, levamos pelas ruas, fazemos belos altares para não perder de
vista a presença e a vida que dela brota. Não podemos perder de vista a
finalidade: Cristo adorado, amado, festejado.
967.
Mesa posta
É
fundamental para a compreensão da Eucaristia a noção de refeição. Salientou-se
muito o aspecto sacrifício para redenção e se perdeu muito a força que Jesus
quis dar para este memorial que nos deixou: alimento partilhado para tornar
presente o mistério da salvação. “O pão que eu darei é minha carne para a vida
do mundo” (Jo 6,51). O Corpo partido na Cruz, como que repartido para dar a
vida aos filhos de Deus, está presente no pão repartido e partilhado da Ceia. É
um único mistério. O pão pode parecer matéria morta, mas a Ressurreição lhe dá
Vida, como deu ao Corpo de Cristo crucificado e sepultado. A Eucaristia é uma
refeição memorial, como aprendemos da Páscoa do Antigo Testamento, assumida por
Jesus para nos fazer participar da vida que nos deu com seu Mistério Pascal.
968.
Em comunhão
Cristo é o alimento e a bebida, pois Se deu a nós na cruz. Para dar-nos os frutos da redenção dá-nos seu
Corpo e seu Sangue como comida e bebida. Assim entramos em comunhão com a
redenção, unidos a seu Corpo e Sangue. Jesus é alimento. Ele é o remédio para
nossos males e não só prêmio para as almas puras. Por isso nós O adoramos
presente na Hóstia Sagrada, guardado em nossos Sacrários e levados pelas ruas.
Um Deus de tanto amor tem que ser amado. Pela comunhão já temos a vida eterna
pois Cristo é vida em nós. Quem comer deste pão, vivera eternamente (Jo 6,58). Jesus permanece
em nós, quando comungamos. Cantamos: “Sacrários vivos da Eucaristia”. Depois da
Comunhão levamos Jesus conosco. É dentro de nós que o encontramos. Como mudaria
nossa vida, se assumíssemos esta presença magnífica dentro de nós, numa só
carne com Ele.
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