PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA,REDENTORISTA |
A Igreja tem o ponto mais alto de sua vida na
celebração da Vigília, onde espera a Ressurreição de seu Senhor, celebrando os
sacramentos da iniciação. A densidade de ensinamentos é extremamente grande e
bela. Todo o caminho quaresmal conflui para esta noite de vigília. Ali se
realizam, na memória do povo de Deus, os maiores mistérios de nossa redenção:
passando pela Paixão, Morte e sepultura, Cristo chega à Ressurreição. A
comunidade lê as profecias e anuncia a ressurreição do Senhor. Anuncia pela
palavra e realiza este mistério em cada um através dos sacramentos pascais da
iniciação (Batismo, Crisma e Eucaristia). No mistério dos símbolos sacramentais,
entramos no mistério do Cristo que é nossa vida.
A cerimônia
compõe-se de diversos elementos e símbolos cósmicos: fogo, água, óleo etc… mas
o símbolo grande é a comunidade, corpo de Cristo que realiza os gestos
sacramentais. Quando é bem celebrada pode dar-nos uma participação maior no
mistério. Mas a melhor participação é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai
pelo mundo. Esta nos faz entender as cerimônias e perceber o mistério de Deus
agindo em nós.
A liturgia nos oferece tradicionalmente uma seleção
muito grande de leituras do Antigo Testamento que nos fazem entrar em toda a
história da salvação desde a criação, patriarcas, tendo como ponto alto a
passagem do mar Vermelho, passando pelos profetas para chegar ano Novo
Testamento quando nos é anunciado Cristo nossa Páscoa e proclamado vivo e
ressuscitado no evangelho da Vigília. A
liturgia tem sempre o aspecto memorial, o que já vem da tradição
hebraica. Então se conta a história da maravilhas feitas por Deus a seu povo. O
fato de contar a história é uma certeza de que Deus fará novamente aquilo que
fez. Fazemos memória para que se repitam. E igualmente participamos como os
antigos, nas maravilhas operadas no passado e agora para nós. Narrar é
colocar-nos dentro dos fatos e dar-nos a salvação.
Estamos celebrando um mistério que nos parece muito
distante e muito difícil de ser entendido e praticado. Mas isso não deve nos
desanimar nem desesperar, pois por enquanto vemos meio confusamente, depois
veremos face a face. Deus age neste mistério como nós vemos proclamado. Não
ver, não significa não ter. Não entender não significa não receber. Deus nos
entende e isso basta E dá-nos seu mistério. Dá-nos a viver seu mistério de amor
e ressurreição realizada em
seu Filho.
Abre-se para
nós, nesta celebração da Ressurreição do Senhor, o caminho da vida cristã.
Começamos a ser cristãos, filhos de Deus e membros do povo de Deus no momento
do batismo que nos inseriu no Cristo vivo e Ressuscitado. O grande convite da
Páscoa é viver a vida do Alto, como Cristo, com Cristo, por Cristo na unidade
do Espírito Santo, para a glória do Pai.
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