Papa
Francisco, em sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia entra também na reflexão
sobre a educação dos filhos sob o aspecto da correção. Não é liberal nem
rigoroso. É humano e indica caminhos muito saudáveis: “A formação ética válida implica mostrar à pessoa como é
conveniente agir bem, isso para ela mesma. Muitas vezes, hoje, é ineficaz pedir
algo que exija esforços e renúncias, sem mostrar claramente o bem que poderia
alcançar com isso” (AL
266). Não se trata de imposição, mas de atitudes que atraiam para o bem.
Por isso diz que é preciso “maturar os hábitos que levem a traduzir em
comportamentos externos sadios e estáveis os valores interiorizados”. Explica
que é um aprendizado a partir da repetição dos atos: “Mesmo tendo sentimentos
sociáveis e uma boa disposição para com os outros, mas se não for habituada
durante muito tempo, tal disposição não se traduzirá em expressões. A boa
conduta se constrói com o fortalecimento da vontade e a repetição de
determinadas ações” (AL
266). Lembramos o velho provérbio latino: a gota fura a pedra, não pela
força, mas batendo muitas vezes. Assim o homem tem bons hábitos não pela força,
mas pela repetição dos bons princípios. Vemos claramente, o que se torna mais
difícil ainda a formação é a situação da família. Por isso voltamos ao que já
vimos na leitura desse documento sobre o amor na família. A família está eivada
dos problemas da sociedade. As ideologias influem sobre a sociedade e a mídia
sabe usar o sistema de influir com idéias. Como sair desse massacre? Formação
em todos os sentidos.
1859.
Fazer liberdade
Papa
Francisco coloca como fundamental a formação para a liberdade e na liberdade: “A
liberdade é algo de grandioso, mas podemos perdê-la. A educação moral é
cultivar a liberdade através de propostas, motivações, aplicações prática,
estímulos, prêmios, exemplos, modelos, símbolo, reflexos, exortações revisões
do modo de agir e diálogos que ajudem a desenvolver aqueles princípios estáveis
que movem a praticar espontaneamente o bem”. Voltamos sempre ao princípio do
respeito à dignidade humana “que exige cada um proceda segundo a própria
consciência e por livre adesão, ou seja, movido e induzido pessoalmente desde
dentro” (GS 17).
“A vida virtuosa constrói a liberdade” (AL 267). Na verdade, o que vemos é que, os que exigem respeito
à liberdade, não respeitam a liberdade dos outros, sobretudo quando entra em
meio a formação religiosa. Nessa questão, como já vimos, a família tem direito
de acompanhar a educação de seus filhos na escola. A ofensa à liberdade e
opções religiosas temos visto que os jovens são massacrados por pressões que
destroem seu interior religioso, em lugar de promover a reflexão.
1860.
Saber perceber-se
A educação almejada supõe o reconhecimento do erro não como condenação,
mas como oportunidade de crescimento: “É indispensável sensibilizar as crianças
e adolescentes para se darem conta de que as más ações têm consequências... devem
aprender a reparar o mal causado e pedir perdão”. O filho deve ser corrigido, não como um
inimigo, com ira. “A condição fundamental é que a disciplina não se transforme
numa mutilação do desejo, mas se torne um estímulo para ir sempre além”... “Deve
ser construtiva de um caminho que a criança deve empreender e não um muro que
aniquile” (AL 270).
Se pudéssemos entender que minha liberdade vai até onde começa a liberdade do
outro, seria melhor os relacionamentos e mais frutuosa a correção.
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