segunda-feira, 20 de março de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Indicando caminhos”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
1858. Formação dos bons hábitos
            Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia entra também na reflexão sobre a educação dos filhos sob o aspecto da correção. Não é liberal nem rigoroso. É humano e indica caminhos muito saudáveis: A formação ética válida implica mostrar à pessoa como é conveniente agir bem, isso para ela mesma. Muitas vezes, hoje, é ineficaz pedir algo que exija esforços e renúncias, sem mostrar claramente o bem que poderia alcançar com isso” (AL 266). Não se trata de imposição, mas de atitudes que atraiam para o bem. Por isso diz que é preciso “maturar os hábitos que levem a traduzir em comportamentos externos sadios e estáveis os valores interiorizados”. Explica que é um aprendizado a partir da repetição dos atos: “Mesmo tendo sentimentos sociáveis e uma boa disposição para com os outros, mas se não for habituada durante muito tempo, tal disposição não se traduzirá em expressões. A boa conduta se constrói com o fortalecimento da vontade e a repetição de determinadas ações” (AL 266). Lembramos o velho provérbio latino: a gota fura a pedra, não pela força, mas batendo muitas vezes. Assim o homem tem bons hábitos não pela força, mas pela repetição dos bons princípios. Vemos claramente, o que se torna mais difícil ainda a formação é a situação da família. Por isso voltamos ao que já vimos na leitura desse documento sobre o amor na família. A família está eivada dos problemas da sociedade. As ideologias influem sobre a sociedade e a mídia sabe usar o sistema de influir com idéias. Como sair desse massacre? Formação em todos os sentidos.
1859. Fazer liberdade
            Papa Francisco coloca como fundamental a formação para a liberdade e na liberdade: “A liberdade é algo de grandioso, mas podemos perdê-la. A educação moral é cultivar a liberdade através de propostas, motivações, aplicações prática, estímulos, prêmios, exemplos, modelos, símbolo, reflexos, exortações revisões do modo de agir e diálogos que ajudem a desenvolver aqueles princípios estáveis que movem a praticar espontaneamente o bem”. Voltamos sempre ao princípio do respeito à dignidade humana “que exige cada um proceda segundo a própria consciência e por livre adesão, ou seja, movido e induzido pessoalmente desde dentro” (GS 17). “A vida virtuosa constrói a liberdade” (AL 267). Na verdade, o que vemos é que, os que exigem respeito à liberdade, não respeitam a liberdade dos outros, sobretudo quando entra em meio a formação religiosa. Nessa questão, como já vimos, a família tem direito de acompanhar a educação de seus filhos na escola. A ofensa à liberdade e opções religiosas temos visto que os jovens são massacrados por pressões que destroem seu interior religioso, em lugar de promover a reflexão.
1860. Saber perceber-se
A educação almejada supõe o reconhecimento do erro não como condenação, mas como oportunidade de crescimento: “É indispensável sensibilizar as crianças e adolescentes para se darem conta de que as más ações têm consequências... devem aprender a reparar o mal causado e pedir perdão”.  O filho deve ser corrigido, não como um inimigo, com ira. “A condição fundamental é que a disciplina não se transforme numa mutilação do desejo, mas se torne um estímulo para ir sempre além”... “Deve ser construtiva de um caminho que a criança deve empreender e não um muro que aniquile” (AL 270). Se pudéssemos entender que minha liberdade vai até onde começa a liberdade do outro, seria melhor os relacionamentos e mais frutuosa a correção. 

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