Evangelho segundo S. Mateus 9,14-15.
Naquele
tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe:
«Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?». Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto,
enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado:
nesses dias jejuarão.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450),
bispo de Ravena, doutor da Igreja
Homilia sobre a oração, o jejum e a
esmola; Pl 52,320
Há três atos, meus irmãos, em que a fé se
sustenta, a piedade consiste e a virtude se mantém: a oração, o jejum e a
misericórdia. A oração bate à porta, o jejum obtém, a misericórdia recebe.
Oração, misericórdia e jejum são uma só coisa, dando-se mutuamente a vida. Com
efeito, o jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum. Que
ninguém os divida, pois não podem ser separados. Quem pratica apenas um ou dois
deles, esse nada tem. Assim, pois, aquele que reza tem de jejuar, e aquele que
jejua tem de ter piedade, escutando o homem que pede e que, ao pedir, deseja ser
escutado. Pois aquele que não se recusa a ouvir os outros quando lhe pedem
alguma coisa, esse faz-se ouvir por Deus.
Aquele que pratica o jejum tem
de compreender o jejum; isto é, tem de ter compaixão do homem que tem fome, se
quer que Deus tenha compaixão da sua própria fome. Aquele que espera obter
misericórdia tem de ter misericórdia; aquele que quer beneficiar da bondade tem
de praticá-la; aquele que quer que lhe deem tem de dar. […] Sê pois a norma da
misericórdia a teu respeito: se queres que tenham misericórdia de ti de certa
maneira, em certa medida, com tal prontidão, sê tu misericordioso com os outros
com a mesma prontidão, a mesma medida e da mesma maneira.
A oração, a
misericórdia e o jejum devem, pois, constituir uma unidade, para nos
recomendarem diante de Deus; devem ser a nossa defesa, pois são uma oração a
nosso favor com este triplo formato.
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