quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Filhos Amados”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Um caminho com Jesus
               Encerramos o tempo do Natal com o Batismo do Senhor e iniciamos o Tempo Comum. Este tempo não é chamado  tempo litúrgico forte. Mas sim, fortíssimo porque nos oferece um quadro completo da vida do Senhor, do Batismo a sua Parusia, isto é, a sua Vinda Gloriosa. É o tempo de crescer pela leitura contínua do evangelho e ser introduzido na vida de Cristo. Os fiéis são reforçados pelos tempos fortes da Páscoa e do Natal. Celebramos o Batismo de Jesus. Esta celebração não é a lembrança de um acontecimento da vida de Jesus. É fundamental para o conhecimento de sua vida e sua missão. No quadro da Manifestação do Senhor, este momento é a revelação do Messias ao povo judeu, dentro de suas esperanças e das promessas de Deus. Por isso diz a João: “Nós devemos cumprir toda a justiça” (Mt 3,15). “Cristo batizado, desenvolve seu programa batismal no Espírito, atuando o desígnio divino, realizando as obras do Pai e as obras do Reino” (Tomaso Frederici). A celebração é um ensinamento para a vida do fiel. Como Cristo, faz em seu batismo seu caminho com Ele, movido pelo Espírito. As palavras da revelação “Este é meu Filho, o Amado, no qual pus todo o meu agrado”, anunciam que Jesus, em todo o tempo de sua obra de anúncio do Reino, está agindo no amor do Pai. É neste caminho que a comunidade andará. Por isso, o batismo para o fiel não é um ato passado, mas atua todo dia.
Luz das nações
               A vida pública de Jesus se inicia com o batismo. Esta festa era tão importante para a comunidade que está entre as primeiras festas instituídas. Ela provém do início do século II, no Egito. Há um caminho: João Batista anunciou, Jesus é batizado, vai para o deserto para ser tentado. Está então preparado para sua missão. “Jesus veio para o Rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por Ele” (Mt 3,13). Trata-se da solene chegada do Ungido de Deus, o Rei, Salvador e Messias. É Sua manifestação. O verbo usado no original grego indica a vinda do rei à província. É o momento importante dando início a uma era nova (F.Zorell), como Sua vinda na glória. Veio no meio do povo, do qual tem a mesma natureza da carne. Ele se coloca entre os pecadores para ser purificado, mas João que batiza, diz que Ele é quem purifica, pois não tem o pecado. João se recusa batizá-lo, por ser Ele maior. Jesus responde: “Deixa como está, porque devemos cumprir toda a justiça” (15). Ele participa da conversão do povo. Mesmo sendo Ele puro, está sempre aberto ao Pai e assim permanece até que chegue à Glória, passando pela morte, à qual associa a si João.
Amado do Pai
               Os céus foram abertos, isto é, Ele está em contato com o Pai que lhe confere, pelo Espírito, a unção em Sua missão como Sacerdote, Profeta e Rei. Ele caminhará movido pelo Espírito. “Uma voz que saiu da nuvem disse: ‘Filho, o Bem-Amado, escutai-o!’” (Mc 9,6). No Batismo esta mesma voz é dirigida a nós. O Filho, o amado, não quer dizer filho querido, mas o Dileto. O Filho e o Pai estão em contínuo diálogo de amor terno. O agrado do Pai é ver a obra do Filho realizada por completo. Por isso fala do verdadeiro batismo que Ele tanto deseja, o batismo da Cruz: “Sereis batizados no batismo em que serei batizado” (Mc 10,38). Os amados do Pai realizam a obra que Jesus anuncia em Nazaré (Lc 4,16). Nosso Batismo tem a disposição de Jesus e a predileção do Pai. O Batismo é um ato de cada dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário