Encerramos o tempo do Natal com o Batismo do Senhor e
iniciamos o Tempo Comum. Este tempo não é chamado tempo litúrgico forte. Mas sim, fortíssimo
porque nos oferece um quadro completo da vida do Senhor, do Batismo a sua
Parusia, isto é, a sua Vinda Gloriosa. É o tempo de crescer pela leitura
contínua do evangelho e ser introduzido na vida de Cristo. Os fiéis são reforçados
pelos tempos fortes da Páscoa e do Natal. Celebramos o Batismo de Jesus. Esta
celebração não é a lembrança de um acontecimento da vida de Jesus. É fundamental
para o conhecimento de sua vida e sua missão. No quadro da Manifestação do
Senhor, este momento é a revelação do Messias ao povo judeu, dentro de suas
esperanças e das promessas de Deus. Por isso diz a João: “Nós devemos cumprir
toda a justiça” (Mt
3,15). “Cristo batizado, desenvolve seu
programa batismal no Espírito, atuando o desígnio divino, realizando as obras
do Pai e as obras do Reino” (Tomaso Frederici). A celebração
é um ensinamento para a vida do fiel. Como Cristo, faz em seu batismo seu
caminho com Ele, movido pelo Espírito. As palavras da revelação “Este é meu
Filho, o Amado, no qual pus todo o meu agrado”, anunciam que Jesus, em todo o
tempo de sua obra de anúncio do Reino, está agindo no amor do Pai. É neste
caminho que a comunidade andará. Por isso, o batismo para o fiel não é um ato
passado, mas atua todo dia.
Luz das nações
A vida pública de Jesus se inicia com o batismo. Esta
festa era tão importante para a comunidade que está entre as primeiras festas
instituídas. Ela provém do início do século II, no Egito. Há um caminho: João
Batista anunciou, Jesus é batizado, vai para o deserto para ser tentado. Está
então preparado para sua missão. “Jesus veio para o Rio Jordão, a fim de se
encontrar com João e ser batizado por Ele” (Mt 3,13).
Trata-se da solene chegada do Ungido de Deus, o Rei, Salvador e Messias. É Sua
manifestação. O verbo usado no original grego indica a vinda do rei à
província. É o momento importante dando início a uma era nova (F.Zorell), como Sua vinda na glória. Veio no meio do povo, do
qual tem a mesma natureza da carne. Ele se coloca entre os pecadores para ser
purificado, mas João que batiza, diz que Ele é quem purifica, pois não tem o
pecado. João se recusa batizá-lo, por ser Ele maior. Jesus responde: “Deixa
como está, porque devemos cumprir toda a justiça” (15). Ele participa da conversão do povo. Mesmo sendo Ele
puro, está sempre aberto ao Pai e assim permanece até que chegue à Glória,
passando pela morte, à qual associa a si João.
Amado do Pai
Os céus foram abertos, isto é, Ele está em contato com
o Pai que lhe confere, pelo Espírito, a unção em Sua missão como Sacerdote,
Profeta e Rei. Ele caminhará movido pelo Espírito. “Uma voz que saiu da nuvem
disse: ‘Filho, o Bem-Amado, escutai-o!’” (Mc 9,6). No
Batismo esta mesma voz é dirigida a nós. O Filho, o amado, não quer dizer filho
querido, mas o Dileto. O Filho e o Pai estão em contínuo diálogo de amor terno.
O agrado do Pai é ver a obra do Filho realizada por completo. Por isso fala do verdadeiro
batismo que Ele tanto deseja, o batismo da Cruz: “Sereis batizados no batismo
em que serei batizado” (Mc 10,38). Os amados do Pai
realizam a obra que Jesus anuncia em Nazaré (Lc 4,16).
Nosso Batismo tem a disposição de Jesus e a predileção do Pai. O Batismo é um
ato de cada dia.
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