Miguel, primogénito dos sete filhos do juiz grego Leão, nasceu em 814 na Tessalónica, actual Salonico, Grécia. Tinha vinte e seis anos e era prefeito de Constantinopla, capital do Império Bizantino, quando seu pai morreu. Irmão de Constantino, foi aluno de Fócio, que assumiu a educação dos órfãos. Miguel e Constantino mudaram o nome para Metódio e Cirilo, ao se consagrarem sacerdotes. Com a morte do pai, em 840, abandonou tudo e se recolheu no convento de Policron, no monte Olímpio, e se fez monge. Foi o imperador Miguel III quem o convocou para a missão evangelizadora da Morávia, da qual participou também seu irmão. Depois os dois foram para Roma, onde Cirilo, doente, acabou falecendo. Metódio foi ordenado sacerdote pelo papa Adriano II em 868 e, depois da cerimónia da inumação do irmão, foi nomeado delegado apostólico, consagrado bispo, e estabelecido como arcebispo para a Jugoslávia e Morávia. Uma carta, que o credenciava junto aos principados eslavos, continha a aprovação sem reservas para a liturgia na língua eslava. Os acontecimentos políticos impediram que Metódio retornasse a Morávia. Ficou, então nos domínios do principado jugoslavo, que tinham sido evangelizados até Áustria. Ali foram inevitáveis os desencontros entre o clero latino e o novo clero eslavo. Inclusive, Metódio foi preso, traído diante do concílio de Ratisbona e condenado ao exílio na Suécia. O então papa João VIII, em 878, interveio energicamente e ele foi solto, mas reprovou as suas novidades linguísticas na liturgia. Porém, Metódio, estava fortalecido pela aprovação do papa anterior, podendo dar continuidade à evangelização iniciada. Depois de um ano de tranquilidade, novos protestos se elevaram contra ele, sendo acusado de heresia. Convocado a se apresentar em Roma pelo papa João VIII, não só se justificou como o convenceu a lhe dar seu apoio. Com uma carta oficial da Santa Sé, ele foi confirmado nas funções, e autorizado a usar o eslavo na liturgia, mas pedindo que o Evangelho fosse lido em latim antes que em eslavo. Porém o imperador germânico preferia outro bispo, que celebrava a liturgia em latim. A confusão estava formada. Tudo se complicou quando surgiu uma falsa carta do papa, que dizia o oposto da anterior apresentada por Metódio. Em 881 a Santa Sé, negou formalmente a falsa carta. Mas isto não pôs fim à dificuldade, o clero alemão continuou sua oposição. Nesta época, Metódio, foi para Constantinopla a convite do imperador, para se juntar ao então patriarca Fócio, seu antigo professor e amigo da família. Assim, continuou com seus discípulos o seu apostolado e a tradução da Bíblia e dos Livros Litúrgicos a quem precisasse. Morreu em 6 de abril de 885 em Velehrad, Tchecoslováquia, onde foi sepultado na igreja da Catedral. Actualmente se ignora o local exacto onde foram colocadas suas relíquias. Metódio e Cirilo são considerados pela Igreja como “apóstolos dos eslavos” e venerados no dia 14 de fevereiro, dia da morte de Cirilo. Em 1980, o papa João Paulo II proclamou-os “Padroeiros da Europa” ao lado de São Bento.
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