Evangelho segundo S. Mateus 5,13-16.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele
perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser
lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode
esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a
colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os
que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para
que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
«Cristo que passa», homilia de 4 de maio de 1957, §§ 147-148
«Brilha para todos os que estão em casa»
Encher de luz o mundo, ser sal e luz - assim
definiu o Senhor a missão dos seus discípulos. Levar até aos confins da Terra a
boa nova do amor de Deus - a isso devem dedicar a vida, de um modo ou de outro,
todos os cristãos. [...] A graça da fé não nos foi concedida para ficar oculta,
mas para brilhar diante dos homens. [...]
Talvez algum de vós me
pergunte como pode transmitir esse conhecimento às pessoas. E eu respondo-vos:
com naturalidade, com simplicidade, vivendo como viveis, no meio do mundo,
entregues ao vosso trabalho profissional e aos cuidados da vossa família,
participando em todos os ideais nobres, respeitando a legítima liberdade de cada
um. [...] A vida corrente pode ser santa e cheia de Deus; o Senhor chama-nos a
santificar o trabalho quotidiano, porque aí está também a perfeição do cristão.
[...]
Não nos esqueçamos de que a quase totalidade dos dias que Nossa
Senhora passou na Terra decorreram de forma muito semelhante à vida diária de
muitos milhões de mulheres, ocupadas em cuidar da sua família, em educar os seus
filhos, em levar a cabo as tarefas do lar. Maria santifica as mais pequenas
coisas, aquilo que muitos consideram - erradamente - não transcendente e sem
valor. [...] Bendita normalidade, que pode estar cheia de tanto amor de Deus! Na
verdade, é isso que explica a vida de Maria: o amor. Um amor levado até ao
extremo, até ao esquecimento completo de si mesma, contente por estar onde Deus
quer que esteja e cumprindo com esmero a vontade divina. É isso que faz com que
o mais pequeno dos seus gestos nunca seja banal, mas cheio de significado. [...]
Havemos de procurar ser como Ela nas circunstâncias concretas em que Deus quis
que vivêssemos.
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