PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Uma
festa de família
Ao
celebrar a festa de Todos os Santos, queremos venerar os cidadãos dos Céus que
não tem um dia fixo no calendário. Já a partir do século IV, encontramos
celebração para todos os mártires. Temos os santos reconhecidos oficialmente.
Santo não é somente aquele que é canonizado. Canonizado significa aquele que
foi reconhecido como santo e colocado como modelo para o povo de Deus.
Canonizado quer dizer colocado no Cânon, isto é, na lista dos santos. A festa
lembra o que diz João no Apocalipse: “Vi uma multidão imensa de gente de todas
as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (Ap 7,9). São todos
aqueles que viveram o amor e a justiça. Todo aquele que vive a fé, mesmo que
ainda lute contra o pecado, é santo. Paulo escrevia em suas cartas: aos santos
que vivem em tal lugar. Santos são os que acreditam em Jesus. Todo aquele que
está no Céu é santo. Por isso celebramos anualmente uma festa onde lembramos a
todos estes felizes filhos de Deus que já completaram sua carreira. Assim
estamos reconhecendo que a santidade acontece no meio do povo cristão e, mesmo
fora dele, naqueles que praticam o bem. Não compete a nós julgar o coração das
pessoas. Jesus mesmo diz que não julga ninguém, pois veio para salvar. Quem
julga é a Palavra que foi ouvida (Jo 12,47-48).
Santidade
para todos
Essa
imensa multidão que está diante do trono do Cordeiro (Ap 7,9) é composta de todo o tipo de
gente, profissões, estados de vida, situações e lugares. Entre eles encontramos
desde os que morreram apenas concebidos aos que viveram muitos anos. A
santidade é aberta para todos. Santidade consiste em amar Jesus Cristo. Não há
uma categoria melhor do que a outra. Vamos ter muita surpresa. Todos estão
unidos a Deus por meio de Jesus de cujo Corpo fazem parte. Unidos a Cristo,
participam de sua missão de estar diante do Pai por nós. Os santos podem interceder
por nós porque estão unidos a Cristo. Rezamos no prefácio da missa:
“Contemplamos, alegres, na vossa luz, tantos membros da Igreja, que nos dais
como exemplo e intercessão” (Prefácio). Quando rezamos a um santo, estamos rezando ao Pai,
por Cristo, na unidade do Espírito Santo. E o Santo? Reza por nós para que
possamos viver a intensidade da união a Deus.
Pastoral
da santidade
O Concílio Vaticano II,
no capítulo V da Lumen Gentium (Luz dos Povos), trata do chamado de todos à Santidade. Este
capítulo, por sua colocação, indica o ponto de chegada de todo o povo de Deus e
a meta de todos: A santidade. Esta santidade tem em Maria o modelo máximo entre
as criaturas. Jesus é o caminho. Ele nos dá o Espírito que a realiza em nós.
Nossas pastorais procuram atender a todas as necessidades da comunidade. Pena
que a Pastoral da Santidade não seja nem citada. Esta pastoral tem por função
transformar cada uma delas um meio de crescimento espiritual e realização da
palavra de Jesus: “Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Seremos perfeitos,
santos, quando acolhermos Deus em nós e colocarmos em prática o evangelho de Jesus.
Cada Eucaristia é encontro com Deus e com os irmãos que nos santifica. Nela
celebramos esta santidade e nos reafirmamos, pela Palavra e pelo Corpo de
Cristo, neste caminho de santificação.
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