sábado, 7 de janeiro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Vi uma grande multidão”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Uma festa de família
               Ao celebrar a festa de Todos os Santos, queremos venerar os cidadãos dos Céus que não tem um dia fixo no calendário. Já a partir do século IV, encontramos celebração para todos os mártires. Temos os santos reconhecidos oficialmente. Santo não é somente aquele que é canonizado. Canonizado significa aquele que foi reconhecido como santo e colocado como modelo para o povo de Deus. Canonizado quer dizer colocado no Cânon, isto é, na lista dos santos. A festa lembra o que diz João no Apocalipse: “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (Ap 7,9). São todos aqueles que viveram o amor e a justiça. Todo aquele que vive a fé, mesmo que ainda lute contra o pecado, é santo. Paulo escrevia em suas cartas: aos santos que vivem em tal lugar. Santos são os que acreditam em Jesus. Todo aquele que está no Céu é santo. Por isso celebramos anualmente uma festa onde lembramos a todos estes felizes filhos de Deus que já completaram sua carreira. Assim estamos reconhecendo que a santidade acontece no meio do povo cristão e, mesmo fora dele, naqueles que praticam o bem. Não compete a nós julgar o coração das pessoas. Jesus mesmo diz que não julga ninguém, pois veio para salvar. Quem julga é a Palavra que foi ouvida (Jo 12,47-48).
Santidade para todos
               Essa imensa multidão que está diante do trono do Cordeiro (Ap 7,9) é composta de todo o tipo de gente, profissões, estados de vida, situações e lugares. Entre eles encontramos desde os que morreram apenas concebidos aos que viveram muitos anos. A santidade é aberta para todos. Santidade consiste em amar Jesus Cristo. Não há uma categoria melhor do que a outra. Vamos ter muita surpresa. Todos estão unidos a Deus por meio de Jesus de cujo Corpo fazem parte. Unidos a Cristo, participam de sua missão de estar diante do Pai por nós. Os santos podem interceder por nós porque estão unidos a Cristo. Rezamos no prefácio da missa: “Contemplamos, alegres, na vossa luz, tantos membros da Igreja, que nos dais como exemplo e intercessão” (Prefácio). Quando rezamos a um santo, estamos rezando ao Pai, por Cristo, na unidade do Espírito Santo. E o Santo? Reza por nós para que possamos viver a intensidade da união a Deus.
Pastoral da santidade

               O Concílio Vaticano II, no capítulo V da Lumen Gentium (Luz dos Povos), trata do chamado de todos à Santidade. Este capítulo, por sua colocação, indica o ponto de chegada de todo o povo de Deus e a meta de todos: A santidade. Esta santidade tem em Maria o modelo máximo entre as criaturas. Jesus é o caminho. Ele nos dá o Espírito que a realiza em nós. Nossas pastorais procuram atender a todas as necessidades da comunidade. Pena que a Pastoral da Santidade não seja nem citada. Esta pastoral tem por função transformar cada uma delas um meio de crescimento espiritual e realização da palavra de Jesus: “Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Seremos perfeitos, santos, quando acolhermos Deus em nós e colocarmos em prática o evangelho de Jesus. Cada Eucaristia é encontro com Deus e com os irmãos que nos santifica. Nela celebramos esta santidade e nos reafirmamos, pela Palavra e pelo Corpo de Cristo, neste caminho de santificação. 

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