sábado, 21 de janeiro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Esperando fervoroso o Natal”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
João e o Messias
               A missa de hoje tem  um tom de alegria que é anunciada pela antífona de entrada: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos: o Senhor está para chegar!”. A oração completa ao pedir: “Dai-nos chegar às alegrias da Salvação e celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia”. O profeta Isaias proclama: “Alegre-se a terra que era deserta... exulte a solidão e floresça como um lírio. Gemine e exulte de alegria e louvores” (Is 53,1-12). O motivo desta alegria é a vinda do Messias que João anunciou. Envia discípulos para saber de Jesus se era Ele que devia vir ou deviam esperar outro? Por que esta pergunta, se já o conhecia? João conhecia as profecias sobre o Messias, sobretudo as que lemos em Isaias: “Então se abrirão os olhos dos cegos e descerrarão os ouvido dos surdos. O olho saltará e se desatará a língua dos mudos” (Is 35,5-6). É um texto denso de fundamentos na Escritura. Jesus conta aos enviados que Ele realiza a profecia como ouvimos na sinagoga de Nazaré (Lc 4,16ss). É uma maneira de João apresentar Jesus. O salmo canta que Deus realiza esta mesma obra de misericórdia para os necessitados (Sl 145). É a inauguração da era messiânica. Depois que os discípulos de João se vão, Jesus faz o elogio do profeta: João não é um ramo agitado pelo vento, isto é, um homem levado por ventos de ideologia, como eram muitos cristãos de então. Não é um homem do luxo como Herodes e outros. Jesus já contara a parábola do luxuoso e o pobre Lázaro (Lc 16,19). Não se pode abafar a Palavra com os cuidados exagerados. João é um profeta anunciado que apresenta o Profeta Jesus, prometido por Moisés (Dt 18,15). João é o maior dos homens que nasceram. Mas o menor no Reino é maior que ele. Quem é o menor? Maior é aquele que serve disse Jesus (Lc 22,27). Então Ele é o menor, por isso é maior que João que não concorre com Jesus, mas o apresenta.
Preparar-se para a festa
               A primeira intenção do Advento é a Vinda de Cristo no final dos tempos. Junto a esta, nós nos preparamos para celebrar “as festas que se aproximam”. A vinda futura existirá porque, primeiro Ele veio na carne para nos mostrar a bondade misericordiosa de Deus “e abrir-nos o caminho da Salvação” (Prefácio). A alegria se faz presente neste tempo em que celebramos na solene liturgia o nascimento do Senhor. Esta alegria não é somente um dado humano, mas espiritual pois é fruto do Espírito Santo (Gl 5,22). Alegria, porque o Senhor está perto. Este dom do Espírito dominara Isabel, João Batista que salta de alegria no seio da mãe diante da presença do Senhor. Maria exulta no Senhor, pois fez nela maravilhas. Alegria é um imperativo da fé. Não há fé triste.
Esperando com firmeza
               Tiago exorta: “Ficai firmes até à vinda do Senhor!” (Tg 5,7). E compara esta firmeza à ansiedade de quem espera o resultado da colheita. “Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações porque a vinda do Senhor está próxima... tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas” (8.10). A firmeza de João continua aberta ao Messias que vem. Esperamos, vigilantes, a plenitude dos bens prometidos (Prefácio). A celebração eucarística nos fortalece porque acolhemos o Senhor que vem em cada celebração para dar o pão que fortalece e a comunhão dos irmãos que, no Espírito, nos enche de alegria e leva a continuar a Missão do Messias prometido, esperado e presente no meio de nós.

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