Celebrando o Mistério de Cristo
Iniciamos o Tempo Comum do Ano Litúrgico
no qual não celebramos uma memória particular da vida do Senhor, como Natal,
Páscoa, Ascensão, mas o Mistério de Cristo na sua globalidade. Neste tempo
damos importância especial ao domingo como dia do Senhor e ao cotidiano da vida
celebrado como presença do Senhor. Usamos a cor verde significando que vivemos
voltados para a realização do Mistério Pascal de Cristo. Nada de nossa vida
está fora da luz que emana de Cristo. No segundo domingo dos anos A, B e C,
lemos o evangelho de João. É a apresentação de Jesus aos discípulos, como o faz
hoje João Batista. Esse segundo domingo tem uma característica particular. Em
Caná, manifestou-se sua glória e os discípulos creram nele. É uma continuação
da Manifestação do Senhor no Natal e abertura da manifestação de Jesus no tempo
de sua obra de anúncio do Reino. No período do Tempo Comum, também chamado
Ordinário – segue a ordem – temos também a celebração dos santos e da
Santíssima Virgem Maria, sempre chamada de Mãe de Deus. É o mistério de Cristo
vivido pelos fiéis, como foi vivido em totalidade por Maria. Os santos são
apresentados como modelos e intercessores. Eles viveram o Evangelho. Unidos a
nós no Corpo de Cristo intercedem por nós na intercessão e mediação de Cristo.
Maria, por ter estado unida a Cristo em todo o mistério da Salvação, continua
unida a Ele na obra da Redenção. Cristo, seu Filho, unido a ela pela
encarnação, continua unido na glorificação.
Eis o Cordeiro de Deus!
Jesus é chamado de Cordeiro de Deus. Colocamo-nos
junto como os discípulos no seguimento de Jesus. A palavra de João Batista é
clara: “Eis é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo... Este é o Filho
de Deus. Ele está cheio do Espírito Santo” (Jo 1,29-34). Ele é a
salvação que vai chegar até os confins do mundo. Esta salvação acontece quando
acolhemos Jesus em nossa vida. Deus. A palavra cordeiro, talyâ’ em aramaico, significa servo,
cordeiro, jovem, jovem de confiança e ainda pedaço de pão (Tomás Frederici).
Abraão oferece um cordeiro no lugar de seu filho Isaac (Gn
22.13).
No templo são oferecidos dois cordeiros por dia (Ex
29,39).
Jeremias usa a imagem do cordeiro: “Mas eu, como um cordeiro manso, sou levado
ao matadouro” (Jr 11,19; Is 53.7). São as
atitudes de Cristo como redentor. Ele é sacrificado silenciosamente por nossos
pecados. Os nômades usavam o sangue dos
cordeirinhos sacrificados para afastar os maus espíritos e proteger os
rebanhos. No Êxodo, os judeus passaram o sangue do cordeiro pascal nos umbrais
das portas para serem protegidos. Assim Jesus com seu sangue perdoa os pecados,
afasta de nós o mal e nos dá nova vida. Cristo é verdadeiro cordeiro pascal (1Cor
5,7).
O Cordeiro sacrificado na Cruz é a luz das nações (Is
49,6).
O livro do Apocalipse mostra que Ele é digno de toda honra. Ele estará no trono
com Deus. Jesus é o Servo que é luz das
nações (Is 49,6).
Seguidores de
Cordeiro.
O Cordeiro os
conduzirá (Ap. 7,17). Somos todos seguidores do
Cordeiro. Jesus é o Servo que é luz das nações (Is 49,6). O sangue
redentor de Jesus não é para poucos. A missão do Cordeiro continua no mundo
através de seus discípulos, entre os quais sobressai Paulo que foi o primeiro a
evangelizar os povos. Sua missão provém de um chamado especial: "Vai ao
longe, é aos gentios que eu quero te enviar" (At 22.21). Seremos
anunciadores na na força do Espírito Santo. Seremos luz para as nações, como o
foram tantos santos. Sendo servos
participamos do sacrifício de Cristo que veio para fazer a vontade do Pai (Sl 39,9).
Leituras:
Isaias 49,3.5-6; Salmo 39; 1Coríntios 1,1-3; João 1,29-34
1.
O segundo
domingo nos traz a manifestação do Senhor aos discípulos e o início de seu
ministério.
2.
Jesus é apresentado como o Cordeiro que vem para a
salvação de todos.
3.
Como Paulo, seremos anunciadores de Cristo a todos.
Tem
para todo mundo
Jesus se
manifestou revelando para nós a bondade e a misericórdia do Pai para com todos.
Em Belém, no Natal, manifestou-se aos pobres pastores. Depois se revelou aos
Magos, pessoas sábias e por isso humildes. No batismo de João revelou-se aos
judeus. Nesse segundo domingo temos todos os anos a manifestação aos
discípulos. João Batista diz: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo” (Jo 1,29).
Iniciando o tempo comum, após as
festividades do Natal, temos essa passagem para o Filho, que inicia seu
ministério.
Isaias apresenta o Servo de Deus (que
aplicamos a Jesus) como sendo luz das nações: “Eu te farei luz das nações, para
que minha salvação chegue aos confins da terra” (Is 49,6). Essa é a descrição
da missão do Cordeiro que oferecido a Deus (como eram sacrificados os cordeiros
no templo) e que purifica o pecado do mundo. É a visão universal da salvação.
Os coríntios, evangelizados por Paulo,
são a primeira geração dos que recebem o evangelho destinado a todos. Essa é a
vontade de Deus, por isso rezamos no salmo: “Eis que venho para fazer a vossa
vontade” (Sl 39).
O Evangelho não pode ficar guardado
num livro que lemos com piedade. Ele é uma força nova que renova e propulsora
que renova o mundo. Ela tem a presença do Espírito Santo.
Continuamos essa missão de Jesus
abrindo a todos o Evangelho. Francisco, nosso querido Papa, insiste numa Igreja
em saída, aberta a todos e que se adianta, mesmo sem ser chamada. Chega
primeiro.
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