O
Papa Francisco presenteou-nos com a Exortação Apostólica Amoris Laetitia na qual reflete sobre a família. Sobre ela temos nos
debruçado. O Papa nos alerta no capítulo quinto sobre os irmãos e a família
alargada. A família é grande não pelo número dos filhos, mas pela capacidade de
gerar fraternidade. Pudemos conhecer em nossa vivência, famílias de muitos
filhos. Vimos como os irmãos mais crescidos se fazem cuidadores e educadores
dos irmãos menores. Não ter irmão deve ser diferente. Não há uma intenção que
todos tenham muitos filhos, mas há muito que se aprender sobre o valor de um
irmão. Falando aos peregrinos na Praça S. Pedro, assim reflete sobre o “irmão”:
“ O laço de fraternidade que se forma na família entre os filhos, quando se
verifica em um clima de educação para a abertura aos outros, é uma grande
escola de liberdade e de paz. Em família, entre irmãos, aprendemos a
convivência humana... É precisamente a família que introduz a fraternidade no
mundo. A partir desta primeira experiência de fraternidade, alimentada pelos
afetos e pela educação familiar, o estilo da fraternidade se irradia como uma promessa sobre a sociedade inteira” (AL 194) (Catequese 18.02.15).
Continua o Papa com tanta experiência: “Crescer entre irmãos proporciona a bela
experiência de cuidar uns dos outros, de ajudar e ser ajudado. Por isso a
fraternidade na família resplandece de modo especial quando vemos a solicitude,
a paciência e o carinho com que é circundado o irmãozinho mais frágil, o doente,
ou o especial” (AL 195).
Mesmo quando a família não pode ter mais filhos, é preciso encontrar formas de
a criança não crescer sozinha ou isolada (AL 195). A visão do Papa não é o mundinho
fechado do casal, mas aberto ao mundo, onde a criança vai viver e crescer.
1814.
Família de famílias
Ao lado dos cônjuges, temos a família alargada. A tendência no momento
é do fechamento que aumenta sempre mais, isolando as pessoas dos demais e
provocando o distanciamento de familiares, vizinhos e amigos. Há problemas. Mas
a vida não se mede a partir dos problemas, mas dos dons que ela possui. Por
isso crê na sua vida inserida no mundo,
falamos da família alargada. Mesmo nas grandes cidades podemos constatar
o bem que faz ter familiares e amigos. E são fiéis. “O amor entre o homem e a
mulher... é animado por um dinamismo interior e incessante, que leva a família
a uma comunhão profunda e intensa, fundamento e alma da comunidade conjugal e
familiar” (AL 196).
Continua explicando que nesse amor se integram também os amigos e as famílias
amigas e mesmo as comunidades de famílias que se apoiam nas dificuldades, no
seu compromisso social e na fé (Id). No casamento se deve notar bem que a união do casal une
duas famílias. E se não for assim, já se cria instabilidade no casal. A união
das duas famílias é um reforço humano e espiritual ao casal. A abertura vai ter
em conta outros necessitados de amor.
1815.
O casamento une e separa
1815. O casamento une e separa
Ao unir duas famílias na vida do novo casal, há também a certeza de uma separação. Por que Jesus insiste no termo deixará seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher? Esta frase está já na criação do homem (Gn 2,24) e Jesus a repete quando fala sobre o divórcio (Mt 19,5). É a constituição da nova família na liberdade de formação de um novo lar livrando-se do peso que aniquila a individualidade. Parece que está dizendo que o novo casal é único e o primeiro. É sempre uma nova criação. Juntam-se duas famílias para algo totalmente novo, sem perder as raízes, o que deve ser respeitado pelos cônjuges. Ser uma só carne é unir também as diferenças sem as destruir. Benditas nossas famílias.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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