A
Igreja, sacramento de Cristo, está fundada sobre a profissão de fé de Pedro,
como escreve Mateus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.
E o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). Esta afirmação de Jesus dá-nos a
certeza de nossa fé e “a alegria de celebrar estes dois apóstolos que nos deram
as primícias da Igreja” (oração).
Pedro e Paulo são os dois pilares que, juntamente com os demais apóstolos e a
comunidade que “perseverando na partilha do pão, na doutrina dos apóstolos e
enraizados no amor eram um só coração e uma só alma” (pós-comunhão), edificaram a Igreja. Eles
são duas luzes para a compreensão da Igreja: Essas luzes são o poder e o carisma: A Igreja é uma
estrutura organizada e regida por fiéis administradores. Ela é também um
mistério que dá espaço para o Reino crescer e não sabemos como (Mc 4,27). Paulo, na
sua fé em Cristo, foi capaz de viver a herança dos pais numa dimensão nova.
Pedro e Paulo foram capazes de sairem da prisão, não somente das correntes, mas
de uma tradição que estagnou o crescimento da Igreja em sua missão universal,
para um mundo novo a ser construído. Corremos o mesmo risco de bloquear o
crescimento do Reino por tradições que não são suficientes para o anúncio do
Evangelho. A missão de Cristo se realiza na liberdade da fé, como Ele próprio o
fez, e o fizeram seus apóstolos. Poder e carisma têm que se conjugar.
Homens de fé
Contemplamos a missão destes dois
homens do povo que, “por meios diferentes congregaram a única família de
Cristo”(prefácio).
Sua fé sustentou sua vida em Cristo. Pedro é o
primeiro a reconhecer em Jesus o enviado de Deus ao dizer: “Tu és o Messias, o
Filho do Deus vivo” (Mt
16,16). Essa é a coluna base da fé. Crendo em Cristo torna-se pedra de
fundamento. Paulo reconhece: “Combati o bom combate, completei a corrida e
guardei a fé” (2Tm 4,7).
Esta é a certeza que têm de estarem sempre protegidos pelo Senhor: “O Senhor
esteve sempre a meu lado e me deu forças” (2Tm 4,17). A força de fé dos dois apóstolos
está na fé em Jesus. Paulo diz: “Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne,
vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por
mim” (Gl 2,20).
Fé nos fracos.
Encontram
sua força em sua fragilidade, pois Deus usa instrumentos fracos. É na fraqueza
que se manifesta a força (2Cor,
12,9). Temos um momento de refletir sobre os homens que dirigem a
Igreja. Não reconhecemos que são frágeis, como Pedro e Paulo. Por outro lado
possuem o mesmo dom que possuíram para conduzir a Igreja de Deus. No momento em
que nos esquecemos desta fragilidade, fazemos deles instrumento ineficientes,
pois Jesus também foi frágil. É bom revisar como exercemos o poder na Igreja.
Essa sede de poder e a ganância dos bens materiais tornam-se, nesta missão, um
contra-testemunho que não é eficiente para a união dos cristãos. A
infalibilidade está em pessoas frágeis e por isso necessitam da união de todos
na fé. Na fragilidade, Deus é o socorro: “De todos os temores o livrou” (Sl
33). Em cada celebração estamos unidos aos pastores da Igreja pela oração e
pela profissão da mesma fé. O poder e o carisma são para todo o povo de Deus.
Quanto mais partilhado, mais firme se torna o poder e claro o carisma.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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