O
amor sempre dá vida. O amor norteia a leitura da Exortação Apostólica do Papa
Francisco, Amoris Laetitia – Alegria do
amor. Papa Francisco tem nos explicado as profundezas do amor. Entramos
agora na reflexão sobre sua fecundidade. S. João Paulo II ensina que o nascimento
de um filho é a continuação do casal:
“Enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos na realidade do
filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade do casal e síntese
viva e inseparável do ser pai e mãe” (Familiaris Consortio 14). Falar de gravidez é sempre um susto
para alguns ou grande alegria para outros. Fica esquecido o fato da vida do
casal que se doa não só ao filho, mas vai além de si. Celebramos o acolhimento
da vida que chega como um presente de Deus. A profundidade da criação de uma
nova vida é insondável. Assim como Deus nos amou antes de O conhecermos, assim
a criança é amada. Não há criança indesejada. Há uma vida a ser amada. Se não coincide
com nossas opções, pode coincidir com nossas escolhas. Todo filho gerado é um
dom que é nos confiado. O mistério da criação de um novo ser, seja animal,
humano, vegetal é um mistério insondável. Podemos explicar como funciona, mas
não como a vida é dada. Certamente que a procriação não é ilimitada, mas
realizada na liberdade sábia e responsável. Podemos ver nos países onde foi
coibida a procriação como sofreram e tem que sofrer as consequências da
coibição, pois contraria o natural de Deus.
Amor
na expectativa própria da gravidez
Na
gravidez a mãe colabora com Deus para que se verifique o milagre de uma vida
nova. A maravilha da gravidez não é somente um acontecimento na vida de uma
mulher, mas a participação no mistério da Criação. Essa missão criadora é
renovação da humanidade. Diz o Papa, citando S. João Paulo II: “Cada mulher
participa do mistério da criação, que se renova na geração humana”. A riqueza da
vida que se inicia está desde toda eternidade no projeto de Deus. Não existe
gravidez por acaso. Desde o primeiro instante da concepção ali está o olhar
amoroso de Deus. Os pais sonham o futuro dos filhos. Sonhar é preciso. “Uma
família, quando perde a capacidade de sonhar, os filhos não crescem, o amor não
cresce; a vida debilita-se e apaga-se” (AL 169). Assim se liga também ao Batismo. Podemos saber muita
coisa sobre a criança durante a gestação, “mas conhecê-la em plenitude, só o
faz o Pai do Céu que a criou: o mais precioso e o mais importante só Ele
conhece, pois é Ele que sabe quem é aquela criança e qual é sua identidade mais
profunda” (AL 170).
Não é possível desligar a gravidez do projeto de Deus. O filho, venha como vier
é sempre o filho. O amor dos pais é para a criança a primeira expressão do amor
de Deus. Uma gravidez deve ser conduzida no relacionamento com Deus que a deu.
Canal
por onde chega Deus
Todos os cuidados que a criança
recebe é a confirmação das qualidades espirituais do amor. O amor é uma
centelha de Deus. Por isso a importância de a criança sentir o amor do pai e da
mãe, o que é um direito natural, muito necessário para o amadurecimento humano.
Sente necessidade de sentir o amor de um pelo outro. A falta de um dos dois
deve ser compensada de modo que favoreça o amadurecimento adequado do filho. (Al 712). A presença paterna
é, por mais que a vida traga urgências que o absorva, de necessidade vital. Nos
primeiros meses e tempos, a presença da mãe é fundamental pois que a missão da
maternidade e da continuada gestação e proteção.
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