Na
liturgia do 12º domingo contemplamos Jesus ensinando que o caminho do discípulo
era igual a seu. A seguir à profissão de fé de Pedro, “estava chegando o tempo
de Jesus ser levado para o céu. Então Ele tomou a firme decisão de partir para
Jerusalém” (Lc 9,51).
O discípulo vai com ele neste caminho para a realização de Sua missão. Jesus,
então, manda dois deles a sua frente, para prepararem a hospedagem. O caminho
de Jesus é símbolo da contínua chamada que faz a segui-lo. Os samaritanos se
recusam a recebê-lo porque vai para Jerusalém para cumprir Sua missão. É
símbolo também da recusa que permeia a história da humanidade. Hoje refletiremos
sobre este chamado. Temos três tipos de vocações. Uns se propõem ao chamado e outros
se propõem a ele. Um Lhe diz: “Eu te seguirei para onde quer que tu fores” (57) . Jesus responde
que não oferece comodidade nem acomodação. Até os animais têm ninhos e tocas.
Mas Ele não tem onde repousar a cabeça (53). Jesus chama, como Deus chamou os profetas no Antigo
Testamento para comunicar seu plano de vida e participar da vida do povo. O
chamado exige disponibilidade total e total desapego, como Jesus que se
desapegou de sua Divindade (Fl 2,6) para exercer a missão que o Pai lhe confiara. Jesus
chama para seguir com Ele para Jerusalém. Seguí-lo significa unir-se a Sua
Pessoa e a Sua missão. Para o que Jesus chama? Ir a sua frente preparando sua
chegada como os discípulos que foram à aldeia samaritana para prepararem a
hospedagem (52).
Deus usou o profeta Elias para chamar Eliseu. Quais os critérios que Jesus tem
para escolher? Todo aquele que esteja disposto a assumir o caminho. Não escolhe
os bons, mas para que sejam bons.
Pondo a mão no arado
Jesus
convida dois para segui-lo. Um quer despedir-se dos pais e outro primeiro
enterrá-los. As três respostas ao chamado traduzem, de certo modo, as mesmas
tentações de Jesus que estão presentes em todas as tentações. Enterrar os pais
significa deixar que morram primeiro. Jesus diz que deve desimpedir-se de
negócios familiares. Há outros para cuidar disso. No caso do que quer
despedir-se dos pais, trata-se do apego às tradições e ao passado. Não se trata
de impedir o amor filial, mas desligar-se das tradições que impedem a
radicalidade do Reino. Seguir Jesus e estar ligado às tradições judaicas, é
como o homem que trabalha com o arado. Se olhar para trás, não segue o sulco e
destrói o serviço. É como não prestar a atenção a sua mão no trânsito e ficar
olhando para os lados. Pode provocar acidente. Jesus é modelo para a resposta
ao chamado. Ele viveu estas realidades em sua vida. Jesus, aos que o aceitam,
convidam a não usar violência, como João e Tiago que querem fogo do céu para castigar
os que recusam. A paciência de Deus é maior.
Na liberdade do Espírito
Paulo
lembra a necessidade de sair da tradição judaica para viver na liberdade. Esta
é a tentação daquele que queria se “despedir dos pais”. Cristo liberta destas
opressões. Essa liberdade não justifica a libertinagem (Gl 5,13). O
que orienta a liberdade é o amor guiado pelo Espírito: “Se sois conduzidos pelo
Espírito, não estais sob o jugo da lei” (18). Brilhe em nossas
vidas a luz de vossa verdade (oração). A resposta verdadeira ao evangelho está dentro do
mandamento do amor, no procedimento segundo o espírito. A Resposta deve ser
integral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário