A
Quaresma tem uma história. Nos três primeiros séculos havia somente o jejum de
três dias antes da Páscoa. No século V há uma preparação de seis semanas. Ela
se desenvolveu a partir da reconciliação dos penitentes na manhã da
Quinta-Feira Santa que se preparavam com 40 dias de jejum. Recebiam as cinzas
para indicar a penitência. Mais tarde a comunidade adotou esse uso para todos. Nós
temos uma característica própria para a Quaresma. Fazemos a Campanha da
Fraternidade que envolve o caráter de conversão para a caridade, na oração. Iniciamos
a Quaresma tempo especial em que vivemos um treinamento próprio para seguir
Jesus em seu caminho. Passamos com Ele pela morte para chegar à Ressurreição. Chamamos
este tempo de momento de conversão e de penitência para fortalecer no combate
contra o espírito do mal. Quando queremos colocar o corpo em boa forma fazemos exercícios.
A academia do coração é o esforço e o treinamento para vencer o mal pelo amor.
Estamos no momento favorável. A liturgia nos convida a entrar neste clima de
reconciliação. Paulo escreve: “Deixai-vos reconciliar dom Deus...pois agora é o
tempo favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 5,20.6,2). O profeta Joel acentua que há
sempre o convite de Deus para a voltar a Ele (Jl 2,12-18). Esta volta é comunitária, pois
o pecado atinge a comunidade. Ninguém é tão santo que não tenha onde se
converter, nem tão pecador que não tenha solução. A conversão nos conduzirá, renovados,
para celebrar a Páscoa. Para isso, a Campanha da Fraternidade mostra caminhos
de conversão.
Técnicas para fortalecer o espiritual
As
técnicas para o fortalecimento espiritual são a oração, esmola e o jejum. Por
que estes três? Porque estas três técnicas atacam as gorduras do mal em nós,
como leremos no evangelho do próximo domingo, refletindo as tentações de Jesus.
Não custa. Depois de vencer, seremos atletas do Reino. Mesmo não conseguindo
vencer tudo, estamos treinados para continuar a batalha. Jesus ensina como
devemos nos fortalecer para praticar uma verdadeira religião: A oração
coloca-nos em contato permanente com Deus; A esmola faz-nos sair de nós mesmos
e viver a caridade para com os irmãos; A caridade não é livrar-se de um pobre
incômodo, mas promover a pessoas com todos os bons meios que temos a nosso
alcance na pastoral social; O jejum desbasta nossos excessos e nos dá saúde
física e espiritual. Adquirimos o domínio sobre nós mesmos. Esses meios vencem
as três tentações pelas quais passou Jesus e também nós passamos.
Conversão interior
Jesus
manda fazer tudo no segredo do quarto. Em segredo quer dizer feito com o
coração, não só como uma técnica, mas como um caminho de conversão. Fazendo a
comparação com os fariseus que mostravam o que estavam fazendo para orgulho
pessoal, Jesus ensina a intimidade com Deus, no silêncio do coração. O que nos
falta muito, ao menos a mim, é o silêncio interior que nos coloca no
relacionamento com Deus. Sintetizando as três modalidades de conversão, Jesus diz
que elas devem ser ocultas para não ser para os outros, mas para Deus. Isso não
elimina o testemunho. E tudo na mais pura alegria, pois a conversão não é dor
ou tristeza, mas satisfação de encontrar as riquezas do Reino de Deus. É bom,
ao iniciar a Quaresma, procurar uma penitência (que não prejudique a saúde) que
ajude nossa conversão.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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