No dia 19 de março de 2016, Papa
Francisco apresentou uma “Exortação Apostólica Pós-Sinodal” sobre o amor na
família cujo nome é “Amoris Laetitia”, isto é, Alegria do Amor. Do amor pela
família a Igreja se dedica à preservação e animação da vida familiar na qual se
realiza o amor de Deus manifestado através do amor humano. Papa Francisco diz
que “o caminho do Sínodo dos Bispos permitiu analisar a situação das famílias
no mundo atual, alargar a nossa perspectiva e reavivar a nossa consciência
sobre a importância do matrimônio”(AL 2). Nesse
documento de nove capítulos com 325 parágrafos, procura tratar todas as
dimensões do tema. Entra em temas polêmicos que provocam discussões. Para
escrever o documento, além de seu ministério de Guia da Igreja, traz sua
experiência de trabalho direto com o povo. Além disso, acolheu as resoluções dos
dois sínodos sobre a família acontecidos recentemente. Buscou também ensinamentos
de Conferências Episcopais do mundo, de personalidades, como Martin Luther King
e até de um filme “A
Festa de Babette”, que o Papa recorda para explicar o conceito de gratuidade.
Alerta no nº 2, que alguns “têm um desejo desenfreado de mudar tudo sem
suficiente reflexão” e “a atitude dos que pretendem resolver tudo através da
aplicação de normas gerais ou deduzindo conclusões excessivas de reflexões
teológicas”. Na introdução diz: “Além
da necessidade de unidade de doutrina, é preciso ver que em cada país é possível
buscar soluções mais inculturadas atentas às tradições e aos desafios locais” (AL
3).
1752. O caminho
de uma reflexão
Um dos caminhos
para a leitura do documento Alegria do
amor é a celebração do Jubileu da Misericórdia. O ponto de partida para
entender o matrimônio e vivê-lo é a misericórdia. Temos que ter por certo que
misericórdia não se reduz a ter dó ou procurar resolver os problemas dos
sofredores, mas é uma “proposta de vida para as famílias cristãs”. O Papa se
dirige à família e não só a problemas de casais. Quer em primeiro lugar
estimular a “apreciar os dons do matrimônio e da família e a manter um amor
forte e cheio de valores como a generosidade, o compromisso, a fidelidade e a
paciência”. Em segundo lugar “se propõe a encorajar todos a serem sinais de
misericórdia e de proximidade para a vida familiar, onde esta não se realiza ou
não se desenrole em paz e alegria” (AL 5).
1752. Passos do
documento
No parágrafo seis, Papa Francisco
apresenta as divisões do documento. Ele inicia a reflexão pelas Sagradas
Escrituras. Inspirando-se na Palavra de Deus, passa a considerar a situação
atual das famílias para “manter os pés no chão”. Belo pensamento de Francisco
que quer falar às pessoas vivas e situadas, não a uma família que não existe. A
seguir busca alguns elementos essenciais da doutrina da Igreja. Seguem dois
capítulos centrais dedicados ao amor. O matrimônio não é um sacramento que se
conhece somente a partir do direito e das leis, mas do amor. Nos próximos três
capítulos dedica-se aos aspectos pastorais do matrimônio que levem a construir
famílias sólidas e fecundas segundo o plano de Deus e à educação dos filhos.
Continuando faz um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante
situações que não correspondem ao que o Senhor nos propõe. Por fim traça breves
linhas de espiritualidade familiar. No parágrafo sete dá orientações para fazer
a leitura com proveito. É um documento amplo e que exige muita atenção. Espero
que as breves reflexões que fazemos nos ajudem a ler o documento.
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