segunda-feira, 16 de maio de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Direitos de ser filho”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
1729. Atravessando o véu 
Encerrando o Tempo da Quaresma e da Páscoa com a festa de Pentecostes, celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade. Esse mistério nos foi dado a conhecer por Jesus. Muitos crêem em Deus. Mas, para os cristãos, crer em Deus significa crer em um só Deus em Três Pessoas Divinas. Cada pessoa tem sua missão: O Pai é o Criador, o Filho é o Redentor e o Espírito Santificador. Cada Pessoa Divina age por Si, em profunda união das Três Pessoas Divinas. O Pai enviou o Filho para nos comunicar a participação da Divindade. O Filho, Jesus Cristo Ressuscitado, deu-nos o Espírito Santo para nos santificar, isto é, dar-nos essa Vida Divina. A vida cristã e de todo o homem e toda a mulher de boa vontade, consiste em acolher o Dom do Espírito e cooperar com as obras que realizamos. O evangelista Marcos (Mc 15,38) diz que, quando Jesus morreu, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. O véu separava o lugar sagrado. Ali só entrava o sumo sacerdote uma vez por ano. Com o véu, agora aberto, todos podem entrar em relacionamento com Deus. Como participamos dessa Vida, estamos em comunhão com Deus vivendo Sua Vida na participação que nos dá. Como vivemos a vida de Deus, estamos na união de fé que se realiza na comunhão da caridade que existe na Trindade. O direito de filhos nos faz irmãos. Não há fé individualista. A fé é reconhecimento e aceitação da verdade de Deus e a caridade é nossa participação. 
1730. Através do véu da carne 
Somos levados a participar da comunhão do Pai com o Filho no Espírito Santo. Participamos porque, pela Morte e Ressurreição adquirimos esse direito pelo grande dom que nos foi dado. É o direito de filhos de fazer parte da vida da família. A carta aos Hebreus nos diz que é através do véu de sua carne, pois temos a mesma natureza e participamos dos mesmos bens. É em nossa condição humana que participamos da condição Divino-Humana de Jesus. Refletindo sobre a Santíssima Trindade, mistério profundo que nos atrai, podemos refletir sobre nossa vida espiritual e suas conseqüências para a vivência do dia a dia. Temos a tendência de fazer uma espiritualidade que depende só de nós, de nossos atos de piedade e orações. Tudo muito bom, mas não basta. É necessário saber infundir em nossa vida uma consciência da presença de Deus em nossa vida e de nossa participação, como direito de filhos, da vida de Deus. Certamente sabemos que as manifestações espirituais não são t fáceis de se traduzirem para nossa condição humana. Nós sabemos participar. Infelizmente não sabemos explicitar. Vida não precisa de explicação. São nossas atitudes que nos mostrarão o que temos em nós. 
1731. Uma vida que vale 
Como estamos contemplando o Mistério da Santíssima Trindade e nossa relação com Ela, compreendemos um aspecto importante de nossa vida cristã: a comunidade. Há um aspecto sociológico que não pode ser desprezado, mas o importante é seu conteúdo espiritual. A comunidade não é um ajuntamento de pessoas, mas um corpo unido pelo Espírito. Essa união é participação no Amor Divino, O direito de ser filho é também comunhão. Na Eucaristia ouvimos a saudação: “A graça de N. S. Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam sempre convosco” (saudação). O direito de filho é também um compromisso de missão: atrair a esse amor. A primeira missão é o testemunho de filhos, herdeiros do Pai com o Filho, no Espírito Santo.

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