Conhecemos a parábola das 10 virgens (Mt 25,1-13) que precede a parábola de hoje.
Jesus, no discurso escatológico, falando do fim do mundo, insiste sobre a
vigilância. Estar pronto como as jovens que levam óleo para suas lâmpadas. Há
um confronto entre a loucura e a sabedoria da vida, mesmo quando retarda a
chegada do Senhor. O caminho da salvação exige a sabedoria do Reino. Esta
sabedoria é dedicar-se integralmente ao desenvolvimento do dom do Reino. É-nos
dado tempo para administrar o que Deus nos oferece. Temos a tendência de deixar
nas mãos de Deus. Que Ele resolva nossos problemas, pois para isso rezamos,
pedimos e prometemos. Não se vive no Reino na base do milagre. O verdadeiro
milagre é tirar de nós mesmos as forças para realizar o que nos foi confiado.
Os dons foram dados em abundância, de tal modo que nada nos falta (1Cor 1,7). As oportunidades não nos faltam,
pois Deus dá sempre a graça para acompanhar nossas atividades no Reino: “A
graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco” (Rm
16,20). Ele próprio é a graça. No caminho da salvação são-nos dados os
dons para administrar com a graça de Deus e com a força de Cristo. Como a fé
nos é dada como uma semente que vai crescer, também os dons para a vida e a
santidade são nos dados de tal modo que os possamos fazer crescer. O que serve
não é o resultado, mas a força de luta pelo evangelho e a disposição que temos
de fazer produzir os dons que temos. Não há quem não possa fazer isso, pois
somos filhos da Luz.
Uma mulher um exemplo
A primeira leitura ilustra a parábola com o “elogio
da mulher forte” (Pr 31,1-31).O salmo
recorda o homem que teme o Senhor e vive do trabalho de suas mãos: “Feliz és
tu, se temes o Senhor... do trabalho de tuas mãos viverás” (Sl 127). A vida humana requer pessoas que se assumam.
Todos são gênios por usarem bem o que Deus lhes deu em seu corpo, sua mente e
em sua espiritualidade. A mulher forte é um tesouro. Sabemos, vendo nossas
mães, do que são capazes as mulheres. Certamente que há quem não consiga ou não
tenha oportunidade de se desenvolver. Mas todo homem e toda mulher podem dar a
resposta positiva e generosa de uma vida plena e ocupada em fazer produzir os
dons que possuímos. A grandeza está na luta não nos olhos do mundo. “Todos
somos filhos da luz e filhos do dia... Não durmamos, como os outros, mas
sejamos vigilantes e sóbrios!” (1Ts 5,5-6).
Ser vigilante, esperar o Senhor que chega é ser operoso na caridade.
Riqueza em nossas mãos
Essa parábola dos talentos chama-nos a atenção para
olharmos para nós mesmos e conhecer os dons que possuímos e que são uma
responsabilidade, antes de uma glória. O desconhecimento de si mesmo é um grave
prejuízo. Podemos sofrer por falta de oportunidade, mas nem por isso vamos
deixar de lutar por nós mesmos e pelos outros para que possam crescer. Deus
deu-nos também o dom de promover as pessoas. Todos têm dons, nem todos têm
oportunidades. Somos administradores para o bem dos irmãos. A Eucaristia nos dá
o Pão dos fortes para sustentar os fracos. Temos luz para iluminar. “Vós sois o
sal da terra, vós sois a luz do mundo. Brilhe a vossa luz” (Mt 5,13.14.16).
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