PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Magos
vieram do Oriente.
O
tempo de Natal oferece diversos aspectos da Manifestação do Senhor. Estamos
unidos ao Mistério Pascal de Cristo, contemplado a partir do Nascimento. Neste
tempo são diversos os símbolos que ocorrem. Todos eles, no evangelho de Mateus,
reclamam às palavras: “segundo as Escrituras”. Os acontecimentos acontecem como
estavam preditos. Cristo não é um fato isolado na História da Salvação. Ele é o
Salvador prometido. Os Magos não podem ser simplesmente figuras simpáticas do
folclore natalino. Não podemos nos fixar no aspecto lendário, no número, na
cor, no nome, na proveniência e na sepultura. (Na catedral de Colônia, na
Alemanha, há um belíssimo relicário, em forma de caixão de ouro, dos três reis
Magos – Será?). O fundamental é o ensinamento de Paulo sobre o mistério
revelado: “Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo,
são associados à mesma promessa de Jesus Cristo por meio do Evangelho” (Ef 3,6). Essa Manifestação (Epifania) é
temática fundamental da celebração natalina que envolve diversos
acontecimentos: pastores, Magos, judeus (no batismo) e discípulos em Caná. Ele se manifesta
como o Redentor prometido, conforme a profecia de Balaão: "Um astro surge
dos acampamentos de Israel” (Nm 24,17). A
estrela é um dos símbolos de Cristo. Os Magos viram a estrela no Oriente. Vêem
agora a Estrela sobre o Menino. Ele é o Sol que surge, lá onde vem a Justiça
misericordiosa para judeus e pagãos. O Menino é o Oriente, visível a quem tem o
coração puro: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). O Rei que acaba de nascer é o Salvador.
Sentiram
uma alegria muito grande.
A
alegria muito grande que sentem os Magos, ao verem a Estrela parar sobre o
lugar onde estava o Menino (Mt 2,9-10), é
a alegria e a luz da futura Jerusalém restaurada de todos os sofrimentos e
atração para todos os povos. E a alegria da Igreja, nova Jerusalém, aberta a
todos os povos da terra. Todos os povos têm direito a essa alegria. A Estrela
do Oriente ilumina os novos caminhos da humanidade, como os Magos que voltaram
por outro caminho, livres da maldade do eterno Herodes que quer acabar com o
Menino, esperança do mundo (Mt 2,12).
Herodes e Jerusalém, com ele, ficaram perturbados com a notícia do nascimento
do Rei (Mt 2,3). Evoca-me o mundo em que
vivemos na grande cidade, um mundo que se tornou uma aldeia. Estamos
profundamente ligados aos 7 bilhões de habitantes que se incomodam com a
presença do Menino, mas estão abertos ao mistério. Como vamos anunciar o Menino,
para que sua Luz abra novos caminhos de esperança?
Ofertas
misteriosas
“Os
Magos, quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua Mãe. Ajoelharam-se
diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus tesouros e lhe ofereceram
presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11), presentes
das nações, significando e reconhecendo a Realeza, a Divindade e a Paixão de
Cristo. O grande ensinamento da festa da Epifania é a abertura da Igreja aos
povos acolhendo suas riquezas. Para nós, como aos Magos, há sempre novos
caminhos. Na Eucaristia, não mais “oferecemos estes dons, mas o próprio Jesus
Cristo, imolado e recebido em comunhão nos dos que o simbolizam” (O. das oferendas).
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