Evangelho segundo S. João 10,22-30.
Naquele
tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então os judeus
rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o
Messias, diz-nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não
acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas
ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da
minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos, e ninguém pode
arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de
Poitiers, doutor da Igreja
De trinitate
O Pai é aquilo que é e é nisso que temos de
acreditar. Mas a nossa mente tem dificuldade em alcançar o Filho, e hesitamos em
dizer o que quer que seja. Com efeito, Ele é a geração do que não foi gerado, o
único nascido do único, o verdadeiro saído do verdadeiro, o vivo nascido do
vivo, o perfeito vindo do perfeito, o poder do poder, a sabedoria da sabedoria,
a glória da glória, «a imagem do Deus invisível» ( Col 1,15). [...]
Como
havemos de compreender a geração do Filho único que não foi gerado? [...] Não se
trata de uma fractura nem de uma divisão [...]: «O Pai está em Mim, e Eu estou
no Pai» (Jo 10,38). Não é uma adopção, pois o Filho, que é o verdadeiro Filho de
Deus, afirma: «Quem Me vê, vê o Pai» (Jo 14, 9). Ele não veio à existência como
os outros seres, em obediência a uma ordem, pois [...] tem em Si mesmo a vida,
como Aquele que o gerou tem a vida em Si mesmo (Jo 5,26). [...] Ele é perfeito,
Ele que provém do Perfeito, pois Aquele que tudo possui tudo Lhe deu. O Pai e o
Filho detêm ambos o segredo deste nascimento.
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