sexta-feira, 18 de março de 2016

O FIO DA ARANHA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Por impossível que pareça, certo dia um anjo apareceu no inferno e fez a seguinte proposta aos condenados:
- Foi dada uma chance para vocês irem para o céu, mas sob um condição. Alguém está interessado? 
Nenhum dos condenados se interessou pela oferta, desconfiando que isso não passava de uma caçoada. 
- Quem se habilita? A condição é simples. Basta apresentar uma boa obra que vocês tenham feito na terra. 
Um condenado se apresentou fazendo um muxoxo, de pouco caso: 
- Vou arriscar. 
- Muito bem, disse o anjo. Mencione uma boa obra. Lembra-se, p.ex., de ter dado uma esmola para o pobre que lhe estendeu a mão ? 
- O que fiz, foi cuspir na mão dele. 
- Pense bem. Outro exemplo, ao ver um homem caído à beira da estrada, ajudou- o a se levantar? 
- Eu o empurrei mais para o barranco. 
- Que barbaridade! Pense mais um pouco. 
- Ah! Estou me lembrando. Mas foi com um bichinho, e não com gente. 
- Está valendo. Fale logo. 
- Eu ia passando por um caminho de roça e vi uma aranha no chão. Tive vontade de esmagá-la com o pé, mas me contive... 
- Valeu. Essa aranha vai soltar um fio lá do céu, o fio que ela mesma tece, e você vai subir agarrando-se nele. 
O fio desceu e ele, desconfiando sempre, agarrou-se no fio e foi subindo cautelosamente. Ia tudo bem, quando seus companheiros inventaram de aproveitar essa carona e subir também. O “cara” embraveceu e começou a dar-lhes ponta-pés gritando: 
- Larguem. É só meu. Larguem, seus... 
O fio arrebentou e ele despencou lá de cima, e para sempre. 
Lição: O egoísta se prejudica e põe tudo a perder.

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