Evangelho segundo S. João 8,1-11.
Naquele
tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu
outra vez no templo, e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou
a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher
surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a
Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na
Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam
assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus
inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em
interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado
atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no
chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro,
a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te
condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te
condeno. Vai e não tornes a pecar».
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego Hino 45
Ó meu Deus, que amas perdoar, meu Criador,
faz descer sobre mim o fulgor da tua luz inacessível
para que ela encha
de alegria meu coração.
Ah! não Te irrites! Ah! não me abandones!
Faz resplandecer a minha alma com a tua luz,
porque a tua Luz, ó meu
Deus, és Tu. [...]
Afastei-me do caminho recto, do caminho de Deus,
e
caí lamentavelmente da glória que me tinha sido dada.
Fui despojado da
veste luminosa, da veste de Deus,
caído nas trevas, nas trevas permaneço,
e nem sequer sei que estou privado da Luz. [...]
Porque, se Tu
brilhaste no alto, se apareceste na obscuridade,
se vieste ao mundo, ó
Misericordioso, se quiseste viver com os homens,
segundo a nossa condição,
por amor ao homem,
se [...] disseste que eras a luz do mundo (Jo 8,12)
e, ainda assim, nós não Te vimos,
não seremos nós totalmente cegos
e
mais desgraçados do que os próprios cegos, ó meu Cristo? [...]
Mas Tu,
que és todos os bens,
Tu os dás sem cessar aos teus servos,
aos que vêem
a tua luz. [...]
Quem Te possui realmente possui tudo em Ti.
Que eu
não seja privado de Ti, Mestre!
Que eu não seja privado de Ti, Criador!
Que eu não seja privado de Ti, Misericordioso,
eu que sou um pobre
estrangeiro. [...]
Peço-Te: dá-me um lugar junto de Ti,
mesmo que eu
tenha multiplicado meus pecados mais que todos os homens.
Aceita a minha
oração como a do publicano (Lc 18,13),
como a da prostituta (Lc 7,38),
Mestre,
ainda que eu não chore como ela. [...]
Pois Tu és a nascente
da piedade, a fonte da misericórdia e o rio da bondade,
tem piedade de mim!
Sim, Tu que tiveste as mãos e os pés pregados na cruz,
que tiveste o
lado trespassado pela lança, ó todo-Compassivo,
tem piedade de mim e
arranca-me ao fogo eterno. [...]
Que nesse dia eu me erga sem condenação
diante de Ti,
para ser acolhido na sala das tuas núpcias,
em que
partilharei a tua felicidade, meu bom Mestre,
numa alegria inexprimível, por
todos os séculos. Ámen!
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