No Martirológio Jeronimiano encontramos sua memória celebrada nos dias 13 e 16 de fevereiro. Na memória do dia 13, se lê Juliana ou Juliano, o que deu origem ao mártir imaginário de Lyon do Martirológio Romano no mesmo dia. Esta fonte, no entanto, comemora mais justamente Juliana, mártir da Nicomédia, no dia 16 de fevereiro, e menciona sua trasladação em Campania, como já fora mencionado tanto no Martirológio de São Beda, o Venerável, bem como nos Martirológios de Floro e de Adonis.
De acordo com o texto das Paixões, Juliana nasceu por volta de 285 em Nicomédia, hoje Izmit, na Turquia. Em sua família de origem era a única cristã. Seu pai, em particular, era um seguidor zeloso dos deuses pagãos. Com nove anos de idade, foi prometida em casamento ao prefeito da cidade, um pagão chamado Evilásio. De acordo com as negociações das duas famílias, o casamento seria celebrado quando Juliana completasse 18 anos. Mas, naquele dia, a jovem disse que somente aceitaria se casar se Evilásio fosse batizado.
Irritado com as exigências da jovem, Juliana foi denunciada pelo noivo como cristã praticante e a fez comparecer diante do tribunal. Nada foi capaz de fazê-la revogar sua decisão: nem os tormentos, nem a prisão. Finalmente, ela foi condenada a ser decapitada, consumindo assim seu martírio. Isto ocorreu na época de Maximiano, no ano 305.
Tentou-se explicar a divergência dos dias de celebração de Juliana entre o Oriente e o Ocidente propondo ver a data de 16 de fevereiro como a do dia da trasladação (talvez a segunda) das relíquias da santa mártir: estas teriam sido transferidas primeiro de Nicomédia à Pozzuoli; em seguida, no tempo da invasão dos lombardos (cerca de 568) teriam sido colocadas em segurança em Cuma, e, finalmente, em 25 de fevereiro de 1207, foram transportadas para Nápoles. Isto explica a propagação do culto desta santa em toda a região de Nápoles, bem como a sua presença no calendário marmóreo do século IX.
Certamente seria difícil esclarecer o problema das trasladações parciais que poderiam justificar as reivindicações de muitas igrejas na Itália, Espanha, Holanda, e outros países, de possuirem relíquias de Juliana.
A iconografia a representa junto ao diabo, que a atormenta, mas muitas vezes há representações da tortura que sofreu em vida, como ser pendurada pelos cabelos, ou atormentada com o fogo.
Etimologia: Juliana = do Latim, pertencente à 'gens Julia', ilustre família romana.
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