Com a festa da
Páscoa estabelecemos o calendário celebrativo da Igreja. No primeiro domingo da
lua cheia de outono, temos a Vigília Pascal que é a mãe e origem de todas as
vigílias e celebrações. Como na Vigília Pascal celebramos a Ressurreição do
Senhor, celebramos os sacramentos da Iniciação Cristã para os que serão
batizados e para todos a participação intensa no Mistério Pascal de Cristo. Para
chegarmos à Páscoa, temos o caminho da Quaresma iniciado com a Celebração da
imposição das cinzas. Iniciamos um caminho santo no qual ouviremos a abundante
Palavra de Deus e procuraremos uma conversão do coração. No espírito de jejum,
não nos fixaremos só em diminuir a comida, mas aprofundar a fome que precisamos
ter de Deus. Durante seu tempo de deserto Jesus sentiu fome. Como não vivemos
num deserto e temos abundante comida, é momento de viver a fome de Deus. É um
tempo de deserto para procurarmos o alimento que sacia, dado por Jesus (Jo
6,27).
É tempo de viver intensamente a graça do batismo que celebraremos na memória
pascal. Tudo isso nos trará profunda alegria que nasce do encontro com Cristo
sofredor e ressuscitado no seio da comunidade, nos ritos sagrados. Caminho é
caminho quando feito. O próprio caminho quaresmal conduz o caminhante. Por isso
Paulo insiste na conversão e diz que esse é o tempo favorável: “É agora o
momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor
6,2).
Os males não são feitos somente pelos outros. Temos nossa parte e nossa
conversão nos ajudará a melhorar o mundo. O profeta Joel convoca todo o povo para
pedir perdão (Jl 2,12-18). Esse pedido de
perdão parte de nosso coração arrependido e reconciliado (Sl
50).
1688. Vivência
quaresmal
Como esse tempo será
favorável? Jesus ensina como devem ser nossa esmola, nossa oração e nosso
jejum. Estas ações são os remédios caseiros que curam os males que o pecado
produz em nós, como veremos nas tentações de Jesus. Em seu ensinamento, nosso Mestre
diz que o jejum, a oração e a esmola devem ser verdadeiros, isto é, devem ser
realizados no coração e não só exteriormente como faziam os fariseus que faziam
coisas boas, mas para se mostrar. A conversão deve acontecer no coração, por
isso, a oração, o jejum e a esmola não são para desfilar, mas para Deus ver. E
Deus vê o que está oculto. E nos recompensará aceitando nossa conversão. Na
Quaresma é bom assumir uma penitência que nos ajude a melhorar. Não arranjar o
que incomoda, mas o que nos desacomode. Assim vamos nos corrigindo: “Pela
penitência da Quaresma corrigis nossos vícios, elevais nossos sentimentos e
fortificais o espírito fraterno” (Prefácio). Rezamos
também: “Que a penitência nos fortaleça no combate contra o espírito do mal” (oração).
1689.Caminhos
novos
Sabemos que na vida da sociedade, da
Quaresma só sobraram o carnaval e os feriados da Semana Santa. Mesmo que eu não
possa fazer todos os exercícios propostos há um que é possível de ser realizado
sempre: a caridade. Essa é a virtude mais cara ao tempo em que vivemos. Jesus
saiu de Si e se entregou ao Pai por nós. Quando saímos de nós, nos entregamos
ao Pai e recebemos de Jesus a força da Ressurreição. A graça da Páscoa não vem
só das celebrações como um rito mágico, mas sai da magia do amor com que nos
dedicamos aos outros. Por isso abrimos a celebração do Tríduo Pascal com o
mandamento do amor. “Como eu vos fiz, deveis também fazer uns aos outros”
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário