segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Quaresma da Misericórdia”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1690. Um caminho espiritual
            Papa Francisco não faz somente uma explicação de um assunto importante, mas escreve aquilo que ele vive. Ele é um pastor do povo de Deus. Como pastor instituiu o Ano Santo da Misericórdia. Na Bula de proclamação do Jubileu, fez o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Deseja uma Quaresma propícia para celebrar e experimentar a Misericórdia, como diz. Assim teremos um caminho espiritual para preparar a Páscoa e é a finalidade da Quaresma. A primeira indicação que Papa Francisco dá é a escuta da Palavra. Sabemos que nesse tempo há uma grande riqueza de textos para nosso ensinamento e vivência. Mesmo que não participemos da Celebração Eucarística, podemos buscar esses textos nas indicações que aparecem em tantas folhinhas e agendas. Sua reflexão começa por Maria: “Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente no Magnificat, a misericórdia com que Deus a predestinou. Desse modo a Virgem de Nazaré  torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo que fecundou seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece ligada com as entranhas maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais”.
1690. Aliança, uma história de misericórdia
            Na história do povo de Deus encontramos como que um estribilho: Deus foi bom, o povo pecou, sofreu o castigo do pecado. Deus sempre perdoou porque tem “entranhas de misericórdia”. Diz mesmo que não é como nós. Por que sempre perdoa? Porque é como uma mãe que sente no seio a comoção pelos filhos sofredores, mesmo tendo errado, mesmo sendo culpados. Mãe é mãe. Deus tem sentimentos de mãe, como diz o profeta. Deus está sempre presente no sofrimento como uma mãe que segue o filho. Com Jesus continua a misericórdia de Deus: “Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada” (Misericordiӕ Vultus, 8). Este modo de ser de Deus no Antigo Testamento, Jesus o continua em o Novo Testamento. Continua no anúncio que a Igreja faz através de seus membros. É o coração do povo de Deus que deve ser curado pela misericórdia.
                                                        1690. Obras de misericórdia
            “A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e o faz experimentar um amor fiel, capacitando-o através da misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor ao próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama de obras de misericórdia corporal e espiritual”, afirma o Papa. Trata-se de ajudar o próximo nas necessidades espirituais e corporais. É do Cristo sofredor presente nos necessitados que cuidamos. Na verdade cuidamos de nós mesmos quando cuidamos do próximo, pois somos um só corpo em Cristo. O cuidado espiritual ajudará na formação e prática religiosa. Somos responsáveis também pelos poderosos que provocam o mal no mundo para que se convertam e assim se destruam as fontes do pecado. A descoberta de Jesus na fé não é som um caminho para Deus, mas um caminho ao próximo que prova que buscamos Deus.

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