Os discípulos, depois da Ressurreição, começaram a anunciar Jesus com
vigor e grandes resultados. É espantoso como as multidões acorriam e se
convertiam. O anúncio era seguido pela ação do Espírito sobre os batizados. É a
realização da promessa de Jesus: “Se me amais, observareis os meus mandamentos,
e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Defensor (Paráclito), para que
convosco permaneça para sempre” (Jo 14,15-16).
Assim se desenvolve a Igreja! De onde provém esse vigor apostólico? - Do amor a
Cristo ressuscitado! Ele é a energia que nos move. O amor não é um sentimento
gostoso, mas a observância do mandamento de Cristo: “Quem acolheu meus
mandamentos e os observa, esse é que me ama” (21)
. O amor a Cristo gera reciprocidade: “Quem me ama, será amado por meu Pai”.
Amor é união e permanência. O Espírito permanece conosco (17). Não só o Espírito, pois Jesus disse:
“Nesse dia compreendereis que Eu estou em meu Pai e vós em mim e Eu em vós” (20). Um detalhe interessante: quanto menos vemos
Cristo como o mundo vê, “pois o mundo não me verá”, mais o veremos pelo amor:
“Quem me ama ... Eu o amarei e a ele me manifestarei” (Jo 14,19-21). Não dispensa a condição humana da fé, mas o
fundamental é o amor. O amor de Deus, derramado em nossos corações pelo
Espírito (Rm 5,5), é toda vida e energia provindas da Ressurreição.
No
amor do Ressuscitado.
Pedro estimula, em sua carta, a “estarmos prontos a dar a razão de
nossa esperança a todo aquele que no-la pede” (1Pr 3,14). Assim faz o diácono Filipe. O fogo do
Espírito, que recebera pela imposição das mãos dos apóstolos para “servir às
mesas” (At 6,1-7) no serviço da caridade, move
Filipe a servir à grande mesa da Palavra (At
8,4-40). Repartia a Palavra anunciando Cristo ressuscitado. A alegria da
fé invadia a cidade de Samaria que acolhera o anúncio. “Os apóstolos, que
estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus, e
enviaram lá Pedro e João” (At 8,14). Os
apóstolos conferem o dom do Espírito pela imposição das mãos. A Igreja é sempre
comunidade do Espírito, mas também organizada, desde que não sufoque o Espírito.
Lendo o Evangelho, notamos que Jesus viveu com os discípulos, anunciou-lhes a
Palavra e se entregou à morte. Depois de sua Ressurreição eles estão ainda
distantes, como se não tivessem entendido nada. Com a vinda do Espírito Santo
tudo se transforma: Jesus é o centro de suas vidas, de sua palavra, de suas
ações. Eles são uma continuação viva de Jesus que dissera: “O Espírito que o
Pai enviará em meu nome, é que vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu
vos disse” (Jo 14,26). Jesus é a pedra de
fundamento (At 4,11) sobre a qual o Espírito
edifica.
Vós
estais em mim e Eu em vós
João escreve que os discípulos
conhecem o Espírito: “... O Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de
receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque Ele permanece
junto de vós e estará dentro de vós!” (Jo 14,17).
A vida cristã se entende a partir do Espírito. A tendência do mundo é
recusá-lo. Nós nos abrimos ao Espírito, quando amamos e servimos aos irmãos. A
permanência de Deus em nós, pelo Espírito, se faz pelo amor: “Deus é amor. Aquele
que ama, permanece em Deus e Deus nele” (1Jo
4-16). Todos nós recebemos o
Espírito Santo, de modo particular no sacramento da Crisma. Em cada Eucaristia Ele
nos é dado: “Pela comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelos
Espírito em um só Corpo” – Corpo de Cristo – o maior dom!
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