Evangelho segundo S. Marcos 4,35-41.
Naquele dia,
ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do
lago». Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que
estava sentado. Iam com Ele outras embarcações. Levantou-se então uma grande
tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água. Jesus, à
popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n’O e disseram: «Mestre,
não Te importas que pereçamos?». Jesus levantou-Se, falou ao vento
imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se
grande bonança. Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados?
Ainda não tendes fé?». Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os
outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
carmelita descalça, doutora da Igreja
Carta 284, às Carmelitas de Sevilha
No meio da tormenta
Coragem, minhas filhas! Coragem! Lembrai-vos
de que Deus não dá a ninguém mais trabalhos do que os que a pessoa pode sofrer,
e que sua Majestade está com os atribulados. Nada deveis temer, mas esperar na
sua misericórdia, que Ele trará à luz a verdade e descobrirá as tramas que o
demónio tinha escondidas para lançar a tribulação entre vós. […] Oração, oração,
minhas irmãs! É agora que devem esplandecer a humildade e a obediência em cada
uma de vós. […]
Oh, que momento tão propício para recolherdes os frutos
das resoluções que tomastes de servir a Nosso Senhor! Vede bem que, muitas
vezes, Ele quer provar se as obras respondem às resoluções e às palavras. Honrai
nesta grande provação as filhas da Virgem, vossas irmãs. Se vos aplicardes nesta
intenção, o bom Jesus há-de ajudar-vos; ainda que durma no mar quando a
tempestade rugir, Ele faz parar os ventos. Mas quer que nós Lho peçamos, e
ama-nos tanto que procura sempre novos meios para fazer progredir as nossas
almas. Bendito seja o seu nome para sempre! Amen, amen.
Em todos os
mosteiros, recomendamo-vos insistentemente a Deus. E assim espero que, na sua
bondade, em breve Ele há-de tratar de tudo. Em consequência, esforçai-vos por
estar alegres e por considerar que, vendo bem as coisas, é pouco tudo o que se
padece por um Deus tão bom que tanto sofreu por nós, pois afinal não chegastes
ainda a verter sangue por Ele (Heb 12,4). […]. Deixai agir o vosso Esposo, e
vereis como, dentro em pouco, o mar tragará os que nos fazem guerra, tal como
Ele fez ao rei Faraó.
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