A missão de salvar cristãos prisioneiros dos turcos foi mostrada a João da Matha em uma visão, que teve ao celebrar logo a sua primeira missa. Essa foi a motivação que tornou possível a Ordem da Santíssima Trindade e da Redenção dos cativos, ou somente Padres Trinitários, como são conhecidos, que tinha como objetivo resgatar cristãos presos e mantidos como escravos pelos inimigos muçulmanos. Nessa época o Império Otomano, dos turcos muçulmanos, dominava aquelas regiões.
A nova congregação foi fundada em 1197 por João da Matha, com o apoio do religioso Felix de Valois, considerado seu co-fundador, também celebrado pela Igreja. A autorização da Igreja veio através do Papa Inocêncio III, um ano depois. Mas João, antes de procurar o auxilio de seu contemporâneo Felix, já levava uma vida social e religiosa voltada para a luta a favor dos oprimidos.
João da Matha nasceu em 23 de junho de 1152, em Francon, no sul da França e, desde pequeno mostrou sua preocupação para com os injustiçados. Ele chegava a dividir com os pobres todo o dinheiro que recebia dos pais para seu divertimento. Depois de se tornar sacerdote e ter se doutorado em teologia em Paris, procurou Felix, que vivia recluso e solitário, com o qual conviveu por três anos. Nesse período planejaram a criação da nova Ordem e a melhor maneira de lutar pela liberdade dos cristãos, então subjugados, segregados e muitos mantidos em cativeiro.
Para isso, ele ergueu então a primeira comunidade em Cerfroi, região deserta nos arredores de Paris, que depois se tornou a casa-mãe da Ordem dos Trinitários. De lá os sacerdotes missionários formados passaram a soltar os cativos, levando-os em triunfo a Paris. O próprio João da Matha organizou uma expedição à África, onde resgatou pessoalmente um grande número de cristãos em cativeiro. Em uma segunda viagem caiu nas mãos dos muçulmanos, foi espancado e deixado sangrando pelas ruas de Tunis, na Tunísia.
Assim mesmo se recuperou, reuniu os cristãos e os embarcou num navio que devia levá-los a Roma. O barco acabou sendo atacado, teve as velas rasgadas e o leme quebrado. Os registros e a tradição contam que João da Matha tirou o manto, rezou, transformou-o numa vela, pediu a Deus que guiasse o navio e assim chegaram ao porto da cidade italiana de Óstia. Depois, muitos outros cristãos foram libertados dessa maneira na África, pelos integrantes que engrossavam a nova congregação.
A Ordem dos Trinitários cresceu tanto que seu fundador teve que construir várias outras casas comunitárias, tamanha era a solicitação para o ingresso. João da Matha morreu santamente no dia 17 de dezembro de 1213. O Papa Inocêncio XI elevou à honra dos altares Santo João da Matha, cuja celebração foi estabelecida para o dia de sua morte.
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