Evangelho segundo S. Lucas 5,17-26.
Certo dia,
enquanto Jesus ensinava, estavam entre a assistência fariseus e doutores da Lei,
que tinham vindo de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e
Ele tinha o poder do Senhor para operar curas.Apareceram então uns homens,
trazendo num catre um paralítico; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo
diante de Jesus. Como não encontraram modo de o introduzir, por causa da
multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com o catre,
deixando-o no meio da assistência, diante de Jesus. Ao ver a fé daquela
gente, Jesus disse: «Homem, os teus pecados estão perdoados». Os escribas e
fariseus começaram a pensar: «Quem é este que profere blasfémias? Não é só Deus
que pode perdoar os pecados?» Mas Jesus, que lia nos seus pensamentos, tomou
a palavra e disse-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações? Que é mais
fácil dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou ‘Levanta-te e anda’? Pois
bem, para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os
pecados, Eu te ordeno — disse Ele ao paralítico — levanta-te, toma a tua enxerga
e vai para casa». Logo ele se levantou à vista de todos, tomou a enxerga em
que estivera deitado e foi para casa, dando glória a Deus. Ficaram todos
muito admirados e davam glória a Deus; e, cheios de temor, diziam: «Hoje vimos
maravilhas».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
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Comentário do dia:
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
Sermão
para a Natividade
«Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?»
Ó infeliz Adão! Que procuravas tu para além
da presença divina? Mas, ingrato, aí estás tu a ruminar o mal que fizeste: «Não,
eu serei como Deus!» (cf Gn 3,5) Que orgulho intolerável! Acabas de ser feito de
barro e de lodo e, na tua insolência, queres ser comparável a Deus? Foi
assim que o orgulho engendrou a desobediência, causa da nossa infelicidade.
Que humildade poderia compensar tal orgulho? Que obediência de
homem poderia redimir semelhante falta? Cativo, como poderia ele libertar um
cativo? Impuro, poderia ele libertar um impuro? Meu Deus, irá então a vossa
criatura perecer? «Ter-se-á Deus esquecido da sua compaixão, ou terá fechado com
ira o seu coração?» (Sl 77,10) Oh, não! «Os desígnios que tenho acerca de vós
[são] desígnios de prosperidade e não de calamidade», diz o Senhor (Jr 29,11).
Apressa-Te então, Senhor: vem depressa! Vê as lágrimas dos pobres.
Escuta, «chegue junto de Ti o gemido dos cativos» (Sl 79,11). Que tempo de
felicidade, que dia amado e desejado surgirá quando a voz do Pai gritar: «Por
causa da aflição dos humildes e dos gemidos dos pobres, Me levantarei» (Sl
12,6). [...] Sim, «Salva-nos, Senhor, pois cada vez há menos justos!» (Sl 12,2).
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