PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
O Reino de Deus
começa em casa
Jesus era
constantemente provocado pelos inimigos que desejavam pegá-lo em alguma
interpretação falsa da lei de Deus. Desta vez foi o divórcio. Perguntam a Jesus
se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. Jesus perguntou: “O que
Moisés ordenou?”. Respondem: “Moisés permitiu escrr uma certidão de divórcio e
despedi-la” (Mc 10,1-4). Jesus disse
que fora por causa da dureza de seus corações que Moisés escrevera esse
mandamento. E acrescentou voltando à pureza original da lei: “No entanto, desde
o começo da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixará seu
pai e sua mãe e os dois serão uma só carne... Portanto, o que Deus uniu o homem
não separe” (Mc 10,5-9). Jesus lhes faz
ver o matrimônio na sua origem que é no próprio Deus. O matrimônio está ligado
à criação da humanidade: “Serão os dois uma só carne”. A criação do casal está
unida ao próprio ser de Deus: “E Deus fez o homem à sua imagem, e os fez homem
e mulher (macho e fêmea)”. Ambos são uma só semelhança. Não se pode separar.
Por isso o povo dizia muito: “casamento é um só”. Ele está unido ao desígnio
Divino da criação para ser imagem de Deus. Lembramos que o Homem foi criado por
Deus a sua imagem e semelhança. O mal, na busca de destruir o que é de Deus,
plantou o desequilíbrio na estrutura do ser humano criado por Deus e atingiu de
imediato o casal. Vemos que Adão já propõe o divórcio, pois em lugar de assumir
seu erro, joga a culpa na companheira: “A mulher que me deste como companheira
me deu a fruta e eu a comi. Fugiu da
responsabilidade. Não pode haver divisão naquilo que é único. Quando diz uma só
carne, está dizendo uma única realidade. Casamento não é um acaso da vida, mas
a constituição base da pessoa. Um só será completo se estiver no outro como
parte de seu ser
Dureza do
coração
A bela narrativa
bíblica da mulher ficou descaracterizada pela imagem de um Deus que trabalha
como açougueiro com um osso. A palavra costela, contudo, não pode ser entendida
somente como um osso. Nas línguas semitas indica também vida e também
sentimento. O homem e a mulher só se tornarão adultos na medida em que souberem
acolher seu eu que se encontra no outro. Aqui podemos entender porque logo a
seguir temos a cena das crianças apresentadas a Jesus. As crianças são a
esperança do Reino, fruto da família. O Reino é das crianças e dos que se fazem
iguais a elas. O Reino de Deus no matrimônio se constitui quando um acolhe o
outro como dom e se entrega como presente. É o mesmo relacionamento que Jesus
tem com seu Pai. Jesus é o Filhinho do Pai amoroso.
O Senhor te
abençoe
O salmo 127 nos
mostra o resultado de um matrimônio completo mesmo na fragilidade do ser
humano: “Feliz és tu que temes o Senhor, e trilhas seus caminhos... Tua esposa
é uma videira fecunda, no coração de tua casa; teus filhos são rebentos de
oliveira, ao redor de tua mesa”. O matrimônio é um bem para todos, não só para
o casal. Por isso o salmo continua: “Ó Senhor, que venha paz a Israel, que
venha a paz ao vosso povo”. Como o mal quis divorciar Adão e Eva quando diz: “a
companheira que me destes me deu a fruta e eu comi”, assim a sociedade é contra a estabilidade do matrimônio. Vemos o péssimo
resultado na sociedade. É preciso aprender com as crianças e também com Jesus
que passou pelo sofrimento para conduzir todos à salvação. A vida do casamento
só encontra sentido em Jesus. Nele, mesmo nos sofrimentos, encontramos a
realização.
Leituras:
Gênesis 2,18-24;Salmo 127;Hebreus 2,9-11; Marcos 10,2-16
1.
A
questão é o divórcio e a realidade divina do casamento. Deus fez o Homem, homem
e mulher, dando a constituição fundamental do casal: um só ser em duas
manifestações. O matrimônio tem sua origem na semelhança de Deus. Como no homem
o mal se implantou no casamento.
2.
A
narrativa da criação da mulher como de um osso, foi descaracterizada. A palavra
costela significa também vida. Serão adultos no momento em que acolherem seu eu
que se encontra no outro. As crianças são apresentadas como modelo de acolhimento.
3.
O
resultado de um matrimônio completo está mesmo na fragilidade do ser humano.
Ele é um bem para todos. O mal que quis destruir o matrimonio na sua origem
continua na sociedade de hoje. É preciso aprender das crianças e de Jesus.
Mesmo no sofrimento há realização.
Professorzinhos
de brinquedo
Jesus entrou em
uma questão difícil com seus interlocutores: o casamento. Por que o casamento é
problema? Por que não se pensa nele como casamento, mas como cada um por si com
cara de viver junto. Os fariseus não perguntam como o casamento pode ser
melhor, mas se pode ou não mandar a mulher embora se não deu certo ou não
gostaram dela.
Jesus responde
mostrando como Deus o fez desde o início: “Deus os fez homem e mulher. Por isso
deixará o homem a casa de seus pais e se unirá a sua mulher. Assim já não são
dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu”. Assim
foi na criação. Uma só carne significa uma só realidade, um só ser espiritual.
E as crianças, o que têm a ver com o casal? Não só são filhos, mas são o
modelo como devem um acolher o outro, assim como uma criança acolhe com total
abertura e total amor. É o mesmo que foi Jesus: “Sendo Divino, passou pelo
sofrimento para conduzir todos à glória. Ele não se envergonha de nos chamar de
irmãos”. O casamento se resolve não pelo que tem de fraco, mas pelo que é de
forte. As crianças são nossos mestres.
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