sexta-feira, 11 de setembro de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Maria no Mistério de Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
406. Maria exemplo de culto
            A devoção que prestamos a Maria está normalmente ligada a sentimentos do coração. Dizemos que gostamos muito de Nossa Senhora, que a invocamos sempre, que nos agradamos de tudo o que se refere a ela, temos suas imagens e não deixamos de carregar um escapulário ou uma medalha. Bom e bonito! Mas a devoção não é algo intimista. A devoção é cristocêntrica. Amar Maria significa primeiramente fazer o que ela fazia para Cristo. Uma vez que somos um corpo de membros unidos com Cristo, nós nos unimos a Maria em tudo o que fazemos a Cristo. O que faz um membro é todo o corpo que realiza. Maria torna-se exemplo no modo se servir a Cristo. Fazendo o que ela faz, somos seus devotos. Como membros do corpo somos pessoas vivas que se inter-relacionam. O primeiro exemplo que Maria nos dá nesse corpo é sua atitude de culto. Ela ama, louva e agradece ao Deus-Trindade. Ela adora seu Filho Jesus, que é seu Deus. Esse culto ela presta com toda a Igreja. Maria é a diaconisa da liturgia celeste que presta culto, pois ela serviu a Cristo e serve o povo de Deus. Como presta culto: Ela ouve, medita, acolhe, vive e proclama a Palavra de Deus e procura interpretar os sinais dos tempos na história pessoal e dos discípulos. Todos esses fatos ela os meditava em seu coração (Lc 2,51). Seus sentimentos são os sentimentos da liturgia: louvor, intercessão, agradecimento, acolhimento do Espírito. Rezamos em todas as preces eucarísticas: “Unidos a todos os anjos e santos (Maria faz parte dos santos) Vos aclamamos Santo, Santo, Santo...”. Vemos como a espiritualidade se alimenta da espiritualidade litúrgica unida à espiritualidade mariana. Maria presta culto ao Pai, unida a todo o povo sacerdotal de Deus.
407. Maria, exemplo de oração
            A liturgia é preparada pela vida espiritual de cada fiel. A liturgia também estimula o crescimento espiritual de cada um, porque ela “é cume e fonte da vida cristã”. Já na encarnação temos descrito que vida de intimidade de Maria com Deus se transforma em louvor. Ouvindo a Palavra do Anjo ela dá o assentimento: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,37). Quando visita Isabel, cheia do Espírito, unida ao filho que já habitava em seu seio, ela prorrompe em ação de graças (eucaristia). “Minha alma engrandece ao Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador ... o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas, Santo é seu nome” (46-49). Ela apresenta seu Filho a Deus no templo (2,22ss.), abrindo o grande ofertório que Cristo realizará em sua vida, completando-o na cruz. A própria vida de Nazaré era uma contínua oração, uma vez com rezar é falar com Deus. Em Caná, Maria é a intercessora. Pede a Jesus que solucione a falta de vinho da festa. É o modelo perfeito, pois falava com Cristo em Nazaré.
408. Maria, exemplo de serviço
            A fé e a piedade cristã não consistem em conceitos e sentimentos, mas em uma atitude de caridade operosa, inteligente e criativa. Jesus na ceia não deixa de dar o tipo de caridade que ensina: Tomou uma bacia e lavou os pés dos discípulos e disse: ‘Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós façais’ (Jo 13,1-17). Cristo é o servo, Maria é a serva do Senhor. Serve a Deus e aos irmãos. O serviço fundamental de Maria é gerar Cristo e dá-lo aos irmãos. Mas ela estende isso pela vida afora, primeiramente indo a serviço de Isabel. “Foi apressadamente” pelas montanhas da Judéia. Continua servindo em Caná e depois serve aos discípulos acolhendo-os e transmitindo-lhes sua experiência de vida com Jesus, como podemos ver no evangelho da infância de Jesus. 

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