terça-feira, 16 de junho de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Estive doente e me visitastes”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
316. Jesus manda curar os doentes
            Os sacramentos são a continuação de Jesus Salvador. Os sacramentos são expressões de Jesus, de sua missão e de seus gestos. A fundamentação bíblica do sacramento da Unção dos Enfermos está na atenção de Jesus para com os doentes e na ordem que dá para curar os doentes, como vemos em diversos lugares: Jesus, por onde passava, curava as pessoas de todos os tipos de doenças e enfermidades (Mt 9,35). No discurso na casa de Cornélio Pedro afirma sobre Jesus: “Ele que passou fazendo o bem e curando a todos aqueles que haviam caído no poder do diabo (At 10,38). Consta da missão dos discípulos a cura dos doentes: “Curai os enfermos que nela houver” (Lc 10,9). Jesus quer que permaneça sua atenção para com os doentes. Jesus coloca a visita aos enfermos entre os itens sobre os quais seremos julgados: “Estive nu e me vestistes, doente e fostes me visitar, preso e viestes ver-me” (Mt 25,36). Tiago leva à prática concreta: “Alguém entre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecado, estes lhe serão perdoados” (Tg 5,14-15). Esta unção é curativa tanto física como espiritualmente. Perdoa pecados e muitas vezes cura a pessoa. É Jesus que continua sua missão.
317. Um sacramento para os doentes
            A partir desses textos, vemos o cuidado de Jesus com os doentes. A Igreja sempre se preocupou em administrar aos seus fiéis esse sacramento. Muita gente tem medo e o vê mal, pois dizem: está tão mal que chamaram até o padre. É um sacramento de mau agouro? Assim se pensa porque era dado às pessoas das quais não se tinham mais esperança de vida. Agora pensamos mais no doente e não no moribundo. Quem está com doença séria, ou vai fazer uma operação de risco, ou está envelhecido, pode recebê-lo até mais vezes. Não é uma bençãozinha qualquer, como se costuma fazer em certos grupos. Infelizmente muita gente não o recebe, ou seja por estar distante ou pela falta de formação religiosa.. O padre e o bispo são os ministros. Os bispos já pediram a Roma que diáconos ou leigos pudessem administrá-lo porque a maioria morrem sem ele. Foi negado. O motivo: a Unção também perdoa pecados, o que é missão sacerdotal. Mas o leigo pode administrar o batismo que livra do pecado original. Assim se reza ao ungir o doente com óleo: “Por esta santa unção e por sua piíssima misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto de teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie teus sofrimentos”. Perdoe e alivie os sofrimentos.
318. Um sacramento mais amplo.
            Certamente sabemos que o rito sacramental existe dentro do rito prescrito. Mas não se fecha, na sua ação redentora, só dentro daquele momento. Ele influi na vida da Igreja e da sociedade, como o batismo que nos dá uma vida que dura eternamente. O sacramento da Unção dos Enfermos vai longe e envolve tudo o que se refere ao doente e quer aliviar suas dores e dar saúde. Tantos cristãos se dedicaram na história a criar estruturas de atendimento aos doentes. As estruturas hospitalares, médicos, enfermeiros, farmácias, planos de saúde, formação científica, estudos e pesquisas, pastorais da saúde, da criança, da visitação e outros. A espiritualidade desse sacramento é a capacidade que temos de continuar fazendo Jesus chegar a cada doente e aliviá-lo. Faz parte da vida. 

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