Só
Deus conhece como é seu Reino anunciado e tornado presente entre nós por Jesus.
Vivemos este Reino e o anunciamos. Como Igreja, o temos entre nós. Ela não
esgota o Reino e deve sempre crescer no seu acolhimento e fazer o melhor de si
para anunciá-lo e mostrar onde já age de modo misterioso. Não sabemos como cresce
a semente, do mesmo não sabemos como ele cresce. Podemos ficar despreocupados,
pois como a semente, o Reino de Deus presente no mundo, tem um dinamismo de
crescimento que escapa de nosso controle. Deus não está sujeito aos nossos
esquemas e estruturas. Estes são nossa colaboração. Deus não quer fazer o Reino
crescer sem nossa participação. Não depende de nós. Não sabemos também qual a
potência que possui, pois ele pertence a Deus que o rege. Não entendemos como uma sementinha, que não
passa de um pozinho, possa ter uma energia de vida que produza árvores imensas.
Sabemos que cresce, mas onde está essa força? Corremos risco de colocar empecilhos
a Deus tendo como divinos, nossos esquemas e estruturas. Ser Igreja não
significa ser dono de Deus e de seus dons. Quem vive o Reino está unido a
Cristo, tem a vida eterna e sempre dará fruto. O Reino cresce em quem acolhe
seu dinamismo de crescimento. Cada um a seu modo se desenvolve na vida do Reino.
Acolher é praticar o mandamento de crer em Jesus e amar o próximo (1Jo 3,22). Não podemos
perder a esperança nos sofrimentos e fracassos, pois Deus sempre sabe
transportar-nos e colocar-nos como uma muda de planta em um lugar onde cresça e
frutifique, como narra o profeta Ezequiel ao se dirigir aos judeus prisioneiros
na Babilônia que não acreditavam na mudança da situação do povo (Ez 17,22-24).
Força
silenciosa do Reino
A
força silenciosa do Reino que cresce sem fazer barulho, provoca nos fiéis a
capacidade de fazer o bem durante a vida, pois vamos comparecer diante do
tribunal de Deus (2Cor
5,10). O tribunal nós o instalamos quando ouvimos a palavra e a pomos em
prática (Jo 12,48).
A recompensa é a capacidade de viver com maior intensidade a Vida Nova do Reino
de Deus. Voltamos à parábola da semente que cresce no silêncio e não sabemos
como. Do mesmo modo cresce a Igreja diante dos inúmeros desafios que lhe são
colocados. Por mais que ela possa parecer fracassar, há sempre um dinamismo do
Reino que a faz levantar das próprias fragilidades e dar passos largos na sua
missão. É o que temos visto nas mudanças que aconteceram recentemente na
Igreja. Como entender que alguém comece a crer e crescer na vivencia da fé?
Quando somos fracos é que somos fortes, pois quem age em nós é a força de
Cristo (2Cor 12,10).
Catequese
de Jesus
Jesus
fazia seu ensinamento com palavras simples que o povo entendia. Com as parábolas da semente ensina a caminhar
na fé e não na visão clara (2Cor 5,7). O Reino anunciado e tornado presente por Jesus tem
como principal anunciador o testemunho de unidade da Igreja realizada pela
Eucaristia. Assim rezamos: “Ó Deus, a comunhão na Eucaristia prefigura a união
dos fiéis em vosso amor. Fazei que realize também a comunhão na vossa Igreja” (Pós-Comunhão). Esta
unidade é a força anunciadora do Reino e de seu crescimento silencioso. Por
pequena que seja, sua força é o Senhor. Jesus anunciava por palavras e
demonstrava por sua vida o ensinamento que dava. Ele é a sementinha que
plantada deu muito fruto. Foi silencioso em sua Encarnação e sua Paixão. Assim
cresceu.
Leituras: Ezequiel 17,22-24; Salmo 91; 2
Coríntios 5,6-10; Marcos 4,26-34
1. Jesus conta parábolas para explicar o Reino de
Deus: a semente que germina e cresce por si mesma sem sabermos como. Ela tem um
dinamismo de crescimento, por menor que seja, torna-se grande árvore. Não somos
donos do Reino. A Igreja, o acolhe e anuncia. Ele cresce, mas não se reduz a
suas estruturas. Ele não está sob nosso controle. Acolher é crer e amar. Mesmo
fracos podemos ser recuperados.
2.
O Reino cresce no silêncio e participamos fazendo o
bem. Seremos julgados pela palavra que ouvimos e praticamos. A recompensa que
temos é a capacidade de viver com maior intensidade a vida do Reino. A Igreja
cresce diante dos desafios. Ela tem o dinamismo do Reino de crescer em
silêncio, como vimos nos momentos atuais. Age em nós também o dinamismo do
Reino.
3. Jesus
ensinava através de parábolas a caminhar na fé e não na visão clara. A Igreja,
pelo seu testemunho, é a principal anunciadora do Reino. A unidade da Igreja é
o testemunho que cresce no silêncio. Jesus foi o silencioso que deu fruto.
Historinha
pra boi acordar
Jesus
fazia seus ensinamentos através de parábolas. Estas eram historinhas que eram
fáceis de memorizar e tinham um grande ensinamento. Não era história para boi
dormir, mas sim para boi ficar bem acordado.
O profeta Ezequiel faz a profecia de
uma muda de cedro plantada nos montes de Israel que vai crescer e se tornar uma
árvore frondosa. Este cedro é o Reino de Deus que Jesus compara a uma
sementinha que vai produzir uma grande árvore.
O Reino de Deus é também como a
semente que a gente não vê crescer. O Reino também tem uma força de vida que
não vemos. Cresce e produz muito fruto. Jesus falava em parábolas para o povo
entender melhor e em casa aprofundava o assunto com os discípulos.
Paulo
nos explica que a gente não vê tudo claro, mas, caminhamos na fé de nossa
futura ressurreição.
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