quinta-feira, 4 de junho de 2015

EVANGELHO DO DIA 04 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Marcos 12,28b-34.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 
Tratado do amor de Deus 
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração»
O primeiro e o maior mandamento é este: «Amarás o Senhor teu Deus». Mas a nossa natureza é fraca; e o nosso primeiro degrau no amor é amarmo-nos a nós próprios, antes de mais por causa de nós próprios. [...] Para nos impedir de resvalar por este declive, Deus deu-nos o preceito de amar o nosso próximo como a nós a mesmos. [...] Ora, constatamos que isso não é possível sem Deus, sem reconhecermos que tudo vem dele e que sem Ele nada podemos. Neste segundo degrau, o homem volta-se para Deus, mas ainda O ama apenas por causa de si mesmo e não por Ele. [...] 
Mas é preciso ter um coração de mármore ou de bronze para não sermos tocado pelo auxílio que Deus nos dá quando nos voltamos para Ele nas provações. Nas provações, é impossível não saborear como Ele é bom (Sl 33,9). E depressa começamos a amá-Lo mais por causa da doçura que nele encontramos do que por causa do nosso interesse. [...] Quando estamos nessa situação, não temos dificuldade em amar o nosso próximo como a nós mesmos. [...] Amamos os outros como somos amados, como Jesus Cristo nos amou. É esse o amor daquele que diz com o salmista: «Louvai o Senhor porque Ele é bom» (Sl 117,1). Louvar o Senhor, não porque Ele é bom para nós, mas simplesmente porque Ele é bom, amar a Deus por Deus e não por nós próprios, é o terceiro degrau do amor. 
Felizes os que puderam subir até ao quarto degrau do amor: amar-se a si mesmos só com o amor de Deus. [...] Quando saberá a minha alma, voltada para o amor de Deus, esquecida de si própria, não se julgando mais do que um vaso quebrado, lançar-se para Deus para se perder nele e ser um mesmo espírito com Ele? (1Cor 6,17). Quando poderá dizer de si: «A minha carne e o meu coração desfalecem, mas o Senhor é para sempre a rocha do meu coração e a minha herança» (Sl 72,26)? Santos e felizes os que puderam experimentar qualquer coisa de semelhante durante esta vida mortal, mesmo que raramente, mesmo que uma única vez. Esta não é uma felicidade humana, é viver já no céu. 

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