quarta-feira, 6 de maio de 2015

6 DE MAIO – PADROEIRO DOS ENCARCERADOS

Voltemos para o século XIII. Duas religiões irreconciliáveis se defrontavam na Europa: Cristianismo e Islamismo. Os mouros percorriam com seus navios as costas italianas e espanholas, devastando, depredando, capturando. Os prisioneiros eram submetidos a torturas físicas e morais, e forçados a passar para a religião maometana. Tratados como escravos, viravam mercadoria e fonte de lucro. Quem quisesse resgatá-los, tinha que pagar altas somas. O avanço da nova religião exigia uma contra-ofensiva. Confrontos à mão armada não resolviam. Era preciso outro estratagema, mais de acordo com o Evangelho. São Pedro Nolasco (1182-1256), rico comerciante espanhol, viveu nesse tempo de barbárie. Viajando muito para vender e comprar suas mercadorias, conheceu de perto esta situação injusta, e começou a angustiar-se. Sentiu-se obrigado a fazer alguma coisa em favor dos cristãos perseguidos. Deveria deixar a profissão de comerciante para dedicar-se à libertação deles. Uma noite Nossa Senhora apareceu-lhe em sonho e propôs a fundação de uma Ordem Religiosa que tivesse este objetivo principal: resgatar os cristãos cativos, mas sem métodos violentos. Pedro aceitou a proposta. Percebeu que Deus estava com ele nessa obra de misericórdia. Reuniu, pois, um grupo de homens com a nobre finalidade de libertar os cativos. Surgiu assim a Ordem dos Mercedários. Eles se comprometiam, até a entregar-se como escravos ou reféns no lugar dos prisioneiros, quando não houvesse outro recurso para libertar os cristãos. Faziam-se coletas. Não faltaram sofrimentos e martírios. O próprio fundador foi preso como refém, devendo suportar torturas e humilhações na prisão.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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