PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Iniciamos com esta celebração da “Ceia do Senhor”, o
Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, centro do ano
litúrgico. Nele Cristo realizou a obra da redenção humana e a perfeita
glorificação de Deus. Este Tríduo começa com a celebração da Quinta Feira Santa
que lembra a Instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e o mandamento novo do
amor.
As
leituras proclamam a Páscoa histórica do povo hebreu que é ao mesmo tempo
profética. Proclama também a Páscoa celebrada e realizada em e por Jesus e a
Páscoa celebrada pela Igreja na missa, Eucaristia que fazemos em sua memória,
como Êle mandou. O sangue do cordeiro passado nas portas salvou os primogênitos
da morte e abriu caminho de libertação da escravidão. Paulo narra o que
recebera já por tradição da comunidade. Da páscoa hebraica Jesus fizera um
memorial de sua Páscoa de Cruz e Ressurreição. A comunidade compreendeu a
mudança de sentido e de conteúdo. Agora quem salva e abre caminho de libertação
é Jesus que com seu sangue é o novo cordeiro libertador. Jesus no evangelho dá
o sentido de sua Eucaristia e da Páscoa que fará em si mesmo: ao celebrar a
ceia lava os pés dos apóstolos. E diz que devem fazer o mesmo. O que Cristo faz
em sua morte é um serviço de amor à humanidade. Quando dá o pão e diz isto é
meu corpo, dá o vinho e diz isto é meu sangue, diz também fazei em memória de
mim. Com estas palavras e exemplo dá o conteúdo de sua Páscoa: um serviço de
amor para a redenção de todos. Ele quer que sua memória permaneça ligada ao seu
gesto de entrega total ao Pai pela humanidade que pecara. Não é somente uma
redenção de pecado e basta, mas um redenção que transforma tudo em amor de
serviço humilde aos irmãos. Eucaristia é Páscoa. Páscoa cristã é presença do
amor de Jesus que redime e dá vida.
Quinta
feira Santa, dia da instituição da Eucaristia. Nós celebramos missa todos os
dias. Por que não transformamos nosso mundo, se Jesus com uma única eucaristia
realizada em seu corpo trouxe a vida ao mundo? Porque ali havia a entrega total
do amor. O mandamento do amor é o
fundamento da Eucaristia e do sacerdócio. Jesus parte o pão e reparte. No
momento em que no mundo houver a partilha do pão para o corpo, aí poderemos
celebrar bem a Eucaristia. Se na Eucaristia aprendemos de fato a repartir o
pão, o mundo será salvo. Cristo é também presença que permanece: Cada sacrário
que tem a presença real de Jesus seja a fonte de nosso amor e nossa dedicação
ao amor dos irmãos na adoração ao Amor que sempre nos ama.
Agradeço a Deus
ser sacerdote e por ter podido amar tanta gente neste meu ministério. Peço que,
para viver a Eucaristia, nos esforcemos muito a fim de que todos sejamos fraternos
e nos ajudemos a repartir a vida para que o mundo tenha vida. Cada gesto de
amor constroi a Páscoa que dura para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário