Quando
personalidades falecidas são grandes, fazemos mausoléus e belos túmulos para
recordar sua memória. Quão impressionantes são os monumentos antigos. Alguns
não passam de ruínas. Os cristãos cultivaram com muito carinho o túmulo de
Jesus, vazio. É a primeira prova de sua ressurreição. Sta. Helena fez construir
ali uma grandiosa basílica para o túmulo vazio. Chamava-se Anástasis, que quer dizer,
para celebrar a Ressurreição. No tempo das cruzadas deram preferência para o
nome de Santo Sepulcro que está lá até hoje atestando que Ele está vivo. Os
chefes dos judeus, na manhã da Ressurreição corromperam os guardas que
noticiaram o acontecimento pagando para que dissessem que os discípulos tinham
vindo à noite e roubado o corpo: “Dizei que seus discípulos vieram de noite enquanto
dormíeis e roubaram o corpo” (Mt 28,13). Sto. Agostinho diz: “como sabiam que foram os discípulos,
se estavam dormindo”? Os chefes e os guardas constataram a Ressurreição. Mas
não tiveram fé. Fé é um dom para quem abre o coração. De outra parte vemos as
mulheres que vão ao túmulo de madrugada ver o túmulo. Houve um terremoto e um
anjo rolou a pedra. Jesus se fez ver às mulheres. Os textos não coincidem.
Ouvimos também a narrativa da aparição à Madalena que chorava. Os anjos
perguntam: “Por que choras? Levaram o meu Senhor e não sei onde O colocaram”,
responde. Jesus aparece e ela O confunde com o jardineiro. Ela O identifica
pelo modo como a chama (Jo
12,11-18). É um diferente que não mudou. O túmulo vazio é a certeza de que
algo novo acontecera. Os discípulos ficaram confusos, mesmo depois das
aparições.
1556.
Ide ver o lugar onde Ele estava
Lemos
no evangelho de Marcos que as mulheres foram ao túmulo para ungir o corpo. Estavam
preocupadas se haveria alguém para rolar a pedra. Viram o túmulo aberto e
dentro encontraram um jovem sentado à direita. Ficaram com medo. Ele lhes
disse: “Estaria procurando Jesus de Nazaré, o crucificado. Ressuscitou, não
está aqui. Vede o lugar onde O puseram” (Mc 16,6). Madalena procurava um morto e Ele
se apresenta vivo. A certeza que vem do túmulo vazio é suficiente para saber
que Ele vive. Os chefes do povo, fariseus, sacerdotes e os chefes do povo
souberam da ressurreição, mas não foram capazes de crer. Os discípulos tiveram
dificuldades pela alegria que sentiram e porque ainda não tinham compreendido
as Escrituras. Mas aquele túmulo vazio era a prova. Certamente vamos ver que os
textos não coincidem. O que interessava aos evangelistas era o fato e não sua
sincronização. São tradições diferentes. Jesus deixa o lugar vazio porque
passou à vida. O túmulo de Jesus não se destina mais a um corpo, mas é um
motivo para crer. Com a experiência de Cristo vivo, completa sua destinação.
Dai em diante será um símbolo da pedra que produz a luz, como mostramos
simbolicamente na liturgia de Páscoa.
1557.
Vivo que dá a Vida
A
liturgia antiga de Jerusalém mantinha uma lâmpada permanentemente acesa para
mostrar que Ele está Vivo e é o centro da comunidade e de todas as celebrações.
Quando somos batizados ou participamos de um sacramento estamos em contato real
com Jesus que nos dá sua vida. Pena que a Páscoa tenha se tornado um momento
festivo no qual o coelho, símbolo da fecundidade, absorveu o sentido da Páscoa.
A Vida que recebemos Dele penetra todas nossas atividades. Tudo que fazemos
Nele é Páscoa. O túmulo vazio nos recorda que a Vida venceu a morte. Vencemos a
morte quando vivemos o amor.
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