O
terceiro domingo do Advento é um raio de luz que ilumina a expectativa do Natal
de Jesus. Como que em meio à escuridão, todos esperavam por uma luz. João
escreve que Ele é a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (Jo
1,9). Antes dEle veio João Batista para testemunhar a Luz. Os judeus se
animaram com a vinda de João pela luz que emitia. Podemos imaginar o quanto a
figura de João impressionou, pois há muito não aparecia um profeta. Mais ainda:
a situação do povo dominado pelo estrangeiro era dolorosa. De repente surge a
esperança. Todos iam a ele para serem batizados (Mt 3,5-6). A liturgia leva-nos
também a nos alegrarmos com o anúncio do nascimento de Jesus. Esse 3º domingo
do Advento tem a característica da alegria porque já aparecem os primeiros
clarões da vinda de Cristo. Paulo, na carta aos Tessalonicenses, convida os
cristãos a viverem sempre alegres. O Natal não é somente alegria de receber o
Senhor que vem na forma frágil de uma criança, mas é também um convite para que,
em nossa fragilidade cheia do Espírito, possamos assumir a missão de João de
ser raio de luz e preparação para a vinda do Senhor endireitando seus caminhos.
Todo o relacionamento que possamos ter com Jesus em seus mistérios, como Natal,
Páscoa e tantos outros, é um dom e um compromisso, um envio a anunciar a
presença redentora de Cristo. Absorvendo a luz, possamos refleti-la.
Ele me
revestiu de vestes de salvação
A
vinda de Cristo marca a vida de todos os que creram. O profeta Isaías coloca em
nós a mesma alegria do Filho de Deus: “Exulto de alegria por causa do Senhor.
Minha alma se rejubila em Deus meu Salvador, porque me revestiu com as vestes
da salvação e me envolveu num manto de justiça” (Is 61,10). A restauração
começa dentro de cada um de nós para chegar aos pobres, aos contritos de
coração e aos prisioneiros de tantas prisões. O tempo de Cristo é de restauração
total, como canta Maria, após ser coberta pela ação do Espírito. Revestir,
cobrir, não são ações exteriores, mas atinge a pessoa em seu íntimo. Estaremos
vestidos de salvação e misericórdia como Maria. É o traje nupcial de Jesus
quando se une e esposa nossa humanidade. Todo o contato com Cristo em seus
mistérios toca nosso interior e nos transforma. Tantas vezes rezamos nas missas,
após a comunhão: Transformados pelos mistérios que recebemos, possamos viver já
os dons da vida eterna.
O Espírito do
Senhor está sobre mim
Somos também enviados por Deus.
Temos também a missão de ser luz refletida de Jesus e os preparadores de sua
vinda a cada coração, cheios do Espírito. Anunciamos o evangelho da alegria aos
pobres, num processo ativo de redenção, levando a todos a mesma alegria que
Maria sentiu ao ser invadida pelo Espírito e conceber o Verbo de Deus. O
Espírito do Senhor que esteve sobre João, Maria e Jesus esteja em cada um, se
estenda e realize a renovação do mundo. Paulo nos exorta a não apagarmos o
Espírito (1Ts 5,19). Redenção é dar aos pobres a chance de poder sorrir, como
nos descreve Isaías. A pregação de Jesus em Nazaré foi um anúncio de alegria.
Os cristãos, cheios de alegria realizam as maravilhas que Jesus anunciou. Por
isso podemos cantar com Maria: “Grandes coisas fez em mim o Todo Poderoso”.
Alegre-se, levante os olhos, pois está próxima a libertação.
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